Futuro do Bairro do Aleixo divide candidatos à Câmara do Porto
Entre Manuel Pizarro (PS), Pedro Carvalho (CDU) e Rui Moreira, só o independente admite que fará da demolição do bairro uma prioridade.
Em vésperas da implosão do segundo dos cinco blocos habitacionais do bairro, a agência Lusa foi ouvir o candidato do PS, Manuel Pizarro, o candidato independente Rui Moreira e o cabeça de lista pela CDU, o vereador Pedro Carvalho, não tendo sido possível obter a posição de Luís Filipe Menezes, que concorre pelo PSD à autarquia portuense.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Em vésperas da implosão do segundo dos cinco blocos habitacionais do bairro, a agência Lusa foi ouvir o candidato do PS, Manuel Pizarro, o candidato independente Rui Moreira e o cabeça de lista pela CDU, o vereador Pedro Carvalho, não tendo sido possível obter a posição de Luís Filipe Menezes, que concorre pelo PSD à autarquia portuense.
Rui Moreira disse concordar com a demolição das torres do Aleixo já que estas “são um gueto irrecuperável”, admitindo que se fosse presidente uma das suas “principais prioridades” era a demolição daquela zona.
Já Manuel Pizarro encara a situação com “especial preocupação” e queixa-se da lentidão do processo, chamando a atenção que “a este ritmo, a reconversão do bairro acabará em 2019”.
Pela CDU, Pedro Carvalho, recorda que o partido sempre teve uma posição contra, tendo sido a “única força política a a afirmá-la, em Julho de 2008, quando se iniciou esta operação imobiliária”.
Durante o seu mandato, o candidato independente garante que a demolição será concluída, desde que seja “exequível”, considerando a questão do Aleixo vai para além da destruição de um gueto e da reconstrução imobiliária, sendo as pessoas a sua principal preocupação. “É preciso fazer um trabalho muito aturado junto das pessoas para perceber se ao retirarmo-las de lá não as desenraizamos”, defende.
O candidato do PS destaca o tráfico e consumo de droga nesta zona como um problema que, segundo ele, não foi combatido nestes quatro anos, considerando ser necessária uma “acção concertada” para pôr fim ao flagelo. “As pessoas que moram no Aleixo continuam abandonadas em relação a este gravíssimo problema com que têm de lidar. E este problema não vai ficar resolvido com nenhuma demolição de nenhuma das torres do bairro”, sublinha.
Pedro Carvalho reitera, por seu turno, a ideia de que “devia nascer na zona do Aleixo - e mesmo que houvesse a demolição de forma faseada - um bairro social de novo tipo que permitisse aos moradores aí fazer a sua integração e permanecerem” no local. “Logo após as eleições, um dos actos que nós iremos tomar de princípio é exigir a suspensão desta operação imobiliária, repensar o modelo de financiamento que está por detrás dela e sobretudo repensar o que queremos fazer daquele local. E para à CDU é habitação social”, avisou.
Por seu turno, ainda que sem poder ainda pronunciar-se “em absoluto” sobre o “grau de compromisso que existe nos acordos entre a câmara e o fundo que supostamente é agora proprietário dos terrenos”, Manuel Pizarro admite que não adoptaria a mesma estratégia do actual presidente. “É muito importante que todos os outros candidatos no terreno se possam também pronunciar sobre o que pensam sobre esta operação, sem malabarismos e sem recomeços de posições”, concluiu o vereador comunista.
O PÚBLICO também tentou ouvir, nesta quinta-feira, o candidato do PSD à Câmara do Porto sobre o Bairro do Aleixo, mas Luís Filipe Menezes não quis prestar declarações sobre o assunto.