Bispos pedem incentivos fiscais para combater crise de natalidade
“Facilitar que os casais possam ter os filhos que desejam” é “um bem económico para que uma nação progrida”, defende a Conferência Episcopal Portuguesa.
A conclusão consta da nota pastoral aprovada na Assembleia Plenária da CEP, que se realiza em Fátima até quinta-feira, na qual se defende que “a crise que atravessamos também é reflexo da crise demográfica”, explicou o padre Manuel Morujão.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A conclusão consta da nota pastoral aprovada na Assembleia Plenária da CEP, que se realiza em Fátima até quinta-feira, na qual se defende que “a crise que atravessamos também é reflexo da crise demográfica”, explicou o padre Manuel Morujão.
Os bispos lembram que é preciso encontrar uma “solução cada vez mais urgente para este problema”, sobretudo perante “uma sociedade em envelhecimento”, em que “as despesas públicas são cada vez maiores” ao nível “das pensões e da saúde” e “as receitas cada vez menores”.
O porta-voz da CEP assinalou que “há algo mais que fazer” por parte dos governantes, admitindo que “a tarefa não é fácil”, mas sublinhou que “facilitar que os casais possam ter os filhos que desejam” é “um bem económico para que uma nação progrida”. Num momento de crise, “é preciso pensar como é que a geração presente vai poder beneficiar de ajudas sociais quando chegar à idade da reforma”, frisou ainda. Contudo, defendeu que “o contributo decisivo para vencer a crise demográfica situa-se no plano da cultura e da mentalidade”, pelo que “há que superar o cansaço moral e a falta de confiança no futuro”, sabendo que “a vida é sempre um dom que compensa todos os sacrifícios”.
A nota pastoral, intitulada Dar Força à Família em Tempos de Crise, é “uma reflexão que também inclui pistas de acção”, afirmou Manuel Morujão. No texto, aprovado pelos bispos, pode ler-se que “a crise económica e social que o país atravessa vem evidenciando precisamente a riqueza que representa a família”, mas destaca a ideia de que “não se pode desresponsabilizar os governantes” da missão que têm de “facilitar a vida de todos, particularmente as franjas mais empobrecidas, desempregados e endividados”.