Oposição condena continuidade em funções de Miguel Relvas no Governo
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“Assistimos a factos inauditos que pensávamos não ser possíveis depois da revolução do 25 de Abril. O Tribunal Constitucional é atacado por defender a Constituição, que é a sua função. Há um ministro demissionário, mas não exonerado, e um secretário de Estado não remodelado, mas em funções a prazo”, afirmou o líder da bancada socialista, Carlos Zorrinho.
Após uma declaração política do comunista Bernardino Soares, o qual tinha dito que “o Governo está, de facto, a cair com os ministros e secretários de Estado que anunciam as demissões e depois não se demitem de facto”, também o Bloco de Esquerda e o Partido Ecologista “Os Verdes” criticaram a situação.
“Temos um ministro em estado vegetativo, ligado a uma máquina qualquer, só não se sabe quem comanda a máquina”, afirmou o bloquista Luís Fazenda, acrescentando que “o Governo não tem uns jardins suspensos, mas tem um Relvas suspenso”.
O socialista José Junqueiro questionou igualmente “como é que há governantes no passivo a tomarem iniciativas governamentais e outros no activo que não estão a fazer nada”, referindo-se a Almeida Henriques e a Miguel Relvas, respectivamente.
O ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares viu a sua demissão aceite pelo primeiro-ministro na passada quinta-feira, mas ainda não houve despacho de exoneração de funções, enquanto o secretário de Estado da Economia e Desenvolvimento Regional comunicou a sua saída do Governo para se candidatar à autarquia de Viseu, embora permanecendo no cargo até 15 de Maio.
“É uma situação de absurdo e apetece-me citar aqui a letra de uma banda que é Os Gaiteiros de Lisboa – ‘fez sábado, quinta-feira’...”, ironizou o comunista António Filipe.
A parlamentar ecologista Heloísa Apolónia afirmou que “o ainda ministro Relvas está para o Governo como o Governo está para os portugueses, ainda lá está, mas sem qualquer legitimidade”.