Plataforma na Internet denuncia “empregadores sem vergonha”

Trabalhos mascarados de estágios pedindo altas qualificações a troco de salário zero ou claramente mal pagos para as exigências feitas, há de tudo um pouco na plataforma “Ganhem Vergonha”, criada para denunciar “empregadores sem vergonha”.

Foto
Uma das propostas de emprego era para uma empresa de comunicação social Foto: Paulo Pimenta

O objectivo da plataforma “Ganhem Vergonha”, que segundo Francisco já recebeu cerca de 50 denúncias, é que seja criada uma regulamentação efectiva das ofertas de emprego e que estas passem a ter informação como a que consta nos anúncios do Instituto de Emprego e Formação Profissional.

A plataforma existe desde Março e Francisco admite que nunca esperaram tamanha adesão, já que têm sido cada vez mais as pessoas que não só denunciam casos, como também aqueles que pedem ajuda para a situação particular que estão a viver.

Um desses casos que está na página na Internet da plataforma é o de uma jornalista que conta ter sido contratada por um grupo de comunicação social para ser correspondente de um novo canal de televisão nos distritos de Vila Real e Bragança a troco de 680 euros, pagos a recibos verdes.

“Fui informada que, além de ser, na altura, a única pessoa no país que iria desenvolver uma espécie de “one woman show” (repórter de imagem, editora de imagem, jornalista de tv, jornalista de imprensa e fotógrafa,) para as áreas de Vila Real e Bragança, (...), também seria a única pessoa no país a utilizar viatura própria e a ter de suportar com o meu ordenado (...) os gastos associados ao desgaste do carro”, conta na plataforma.

Segundo conta, aderiu ao projecto televisivo em Janeiro, mas decidiu “despedir-se” em Março.

Os casos não se ficam por aqui e há para todos os gostos, desde o caso mais recente, publicado nesta quarta-feira, que denuncia uma agência de comunicação por procurar “um licenciado ou um mestre para trabalhar sem receber salário até seis meses” ou uma empresa por querer um recém-licenciado em design para fazer um estágio curricular de seis meses sem remuneração.

“Um caso caricato foi numa empresa da área da publicidade e comunicação, da zona do Porto, em que um designer foi a uma entrevista, um designer licenciado e com alguma experiência, e ofereceram-lhe 200 euros por mês para trabalhar em regime full-time. Perante a estupefacção do candidato, a pessoa que estava a fazer a entrevista apontou para uma pilha de currículos e disse: Se você não quiser, alguém ali daquela pilha há-de querer”, conta Francisco.

Se a plataforma tem tido cada vez mais sucesso junto de quem quer fazer denúncias, já junto das empresas responsáveis pelos anúncios as reacções têm sido diferentes e os responsáveis pela plataforma já foram alvo de ameaças e insultos.

“Dizem que não temos ética profissional, que na empresa deles toda a gente começou por trabalhar de borla, mas a partir do momento em que nós dizemos que tiramos a informação caso apresentem provas de que a oferta de emprego é legal, a conversa termina e nunca mais ninguém nos responde”, denunciou.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O objectivo da plataforma “Ganhem Vergonha”, que segundo Francisco já recebeu cerca de 50 denúncias, é que seja criada uma regulamentação efectiva das ofertas de emprego e que estas passem a ter informação como a que consta nos anúncios do Instituto de Emprego e Formação Profissional.

A plataforma existe desde Março e Francisco admite que nunca esperaram tamanha adesão, já que têm sido cada vez mais as pessoas que não só denunciam casos, como também aqueles que pedem ajuda para a situação particular que estão a viver.

Um desses casos que está na página na Internet da plataforma é o de uma jornalista que conta ter sido contratada por um grupo de comunicação social para ser correspondente de um novo canal de televisão nos distritos de Vila Real e Bragança a troco de 680 euros, pagos a recibos verdes.

“Fui informada que, além de ser, na altura, a única pessoa no país que iria desenvolver uma espécie de “one woman show” (repórter de imagem, editora de imagem, jornalista de tv, jornalista de imprensa e fotógrafa,) para as áreas de Vila Real e Bragança, (...), também seria a única pessoa no país a utilizar viatura própria e a ter de suportar com o meu ordenado (...) os gastos associados ao desgaste do carro”, conta na plataforma.

Segundo conta, aderiu ao projecto televisivo em Janeiro, mas decidiu “despedir-se” em Março.

Os casos não se ficam por aqui e há para todos os gostos, desde o caso mais recente, publicado nesta quarta-feira, que denuncia uma agência de comunicação por procurar “um licenciado ou um mestre para trabalhar sem receber salário até seis meses” ou uma empresa por querer um recém-licenciado em design para fazer um estágio curricular de seis meses sem remuneração.

“Um caso caricato foi numa empresa da área da publicidade e comunicação, da zona do Porto, em que um designer foi a uma entrevista, um designer licenciado e com alguma experiência, e ofereceram-lhe 200 euros por mês para trabalhar em regime full-time. Perante a estupefacção do candidato, a pessoa que estava a fazer a entrevista apontou para uma pilha de currículos e disse: Se você não quiser, alguém ali daquela pilha há-de querer”, conta Francisco.

Se a plataforma tem tido cada vez mais sucesso junto de quem quer fazer denúncias, já junto das empresas responsáveis pelos anúncios as reacções têm sido diferentes e os responsáveis pela plataforma já foram alvo de ameaças e insultos.

“Dizem que não temos ética profissional, que na empresa deles toda a gente começou por trabalhar de borla, mas a partir do momento em que nós dizemos que tiramos a informação caso apresentem provas de que a oferta de emprego é legal, a conversa termina e nunca mais ninguém nos responde”, denunciou.