Plataforma na Internet denuncia “empregadores sem vergonha”
Trabalhos mascarados de estágios pedindo altas qualificações a troco de salário zero ou claramente mal pagos para as exigências feitas, há de tudo um pouco na plataforma “Ganhem Vergonha”, criada para denunciar “empregadores sem vergonha”.
O objectivo da plataforma “Ganhem Vergonha”, que segundo Francisco já recebeu cerca de 50 denúncias, é que seja criada uma regulamentação efectiva das ofertas de emprego e que estas passem a ter informação como a que consta nos anúncios do Instituto de Emprego e Formação Profissional.
A plataforma existe desde Março e Francisco admite que nunca esperaram tamanha adesão, já que têm sido cada vez mais as pessoas que não só denunciam casos, como também aqueles que pedem ajuda para a situação particular que estão a viver.
Um desses casos que está na página na Internet da plataforma é o de uma jornalista que conta ter sido contratada por um grupo de comunicação social para ser correspondente de um novo canal de televisão nos distritos de Vila Real e Bragança a troco de 680 euros, pagos a recibos verdes.
“Fui informada que, além de ser, na altura, a única pessoa no país que iria desenvolver uma espécie de “one woman show” (repórter de imagem, editora de imagem, jornalista de tv, jornalista de imprensa e fotógrafa,) para as áreas de Vila Real e Bragança, (...), também seria a única pessoa no país a utilizar viatura própria e a ter de suportar com o meu ordenado (...) os gastos associados ao desgaste do carro”, conta na plataforma.
Segundo conta, aderiu ao projecto televisivo em Janeiro, mas decidiu “despedir-se” em Março.
Os casos não se ficam por aqui e há para todos os gostos, desde o caso mais recente, publicado nesta quarta-feira, que denuncia uma agência de comunicação por procurar “um licenciado ou um mestre para trabalhar sem receber salário até seis meses” ou uma empresa por querer um recém-licenciado em design para fazer um estágio curricular de seis meses sem remuneração.
“Um caso caricato foi numa empresa da área da publicidade e comunicação, da zona do Porto, em que um designer foi a uma entrevista, um designer licenciado e com alguma experiência, e ofereceram-lhe 200 euros por mês para trabalhar em regime full-time. Perante a estupefacção do candidato, a pessoa que estava a fazer a entrevista apontou para uma pilha de currículos e disse: Se você não quiser, alguém ali daquela pilha há-de querer”, conta Francisco.
Se a plataforma tem tido cada vez mais sucesso junto de quem quer fazer denúncias, já junto das empresas responsáveis pelos anúncios as reacções têm sido diferentes e os responsáveis pela plataforma já foram alvo de ameaças e insultos.
“Dizem que não temos ética profissional, que na empresa deles toda a gente começou por trabalhar de borla, mas a partir do momento em que nós dizemos que tiramos a informação caso apresentem provas de que a oferta de emprego é legal, a conversa termina e nunca mais ninguém nos responde”, denunciou.
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O objectivo da plataforma “Ganhem Vergonha”, que segundo Francisco já recebeu cerca de 50 denúncias, é que seja criada uma regulamentação efectiva das ofertas de emprego e que estas passem a ter informação como a que consta nos anúncios do Instituto de Emprego e Formação Profissional.
A plataforma existe desde Março e Francisco admite que nunca esperaram tamanha adesão, já que têm sido cada vez mais as pessoas que não só denunciam casos, como também aqueles que pedem ajuda para a situação particular que estão a viver.
Um desses casos que está na página na Internet da plataforma é o de uma jornalista que conta ter sido contratada por um grupo de comunicação social para ser correspondente de um novo canal de televisão nos distritos de Vila Real e Bragança a troco de 680 euros, pagos a recibos verdes.
“Fui informada que, além de ser, na altura, a única pessoa no país que iria desenvolver uma espécie de “one woman show” (repórter de imagem, editora de imagem, jornalista de tv, jornalista de imprensa e fotógrafa,) para as áreas de Vila Real e Bragança, (...), também seria a única pessoa no país a utilizar viatura própria e a ter de suportar com o meu ordenado (...) os gastos associados ao desgaste do carro”, conta na plataforma.
Segundo conta, aderiu ao projecto televisivo em Janeiro, mas decidiu “despedir-se” em Março.
Os casos não se ficam por aqui e há para todos os gostos, desde o caso mais recente, publicado nesta quarta-feira, que denuncia uma agência de comunicação por procurar “um licenciado ou um mestre para trabalhar sem receber salário até seis meses” ou uma empresa por querer um recém-licenciado em design para fazer um estágio curricular de seis meses sem remuneração.
“Um caso caricato foi numa empresa da área da publicidade e comunicação, da zona do Porto, em que um designer foi a uma entrevista, um designer licenciado e com alguma experiência, e ofereceram-lhe 200 euros por mês para trabalhar em regime full-time. Perante a estupefacção do candidato, a pessoa que estava a fazer a entrevista apontou para uma pilha de currículos e disse: Se você não quiser, alguém ali daquela pilha há-de querer”, conta Francisco.
Se a plataforma tem tido cada vez mais sucesso junto de quem quer fazer denúncias, já junto das empresas responsáveis pelos anúncios as reacções têm sido diferentes e os responsáveis pela plataforma já foram alvo de ameaças e insultos.
“Dizem que não temos ética profissional, que na empresa deles toda a gente começou por trabalhar de borla, mas a partir do momento em que nós dizemos que tiramos a informação caso apresentem provas de que a oferta de emprego é legal, a conversa termina e nunca mais ninguém nos responde”, denunciou.