Chumbo do TC: Moody’s vai esperar pelas alternativas do Governo
Agência diz que vai esperar “por maior clareza sobre as alternativas do Governo antes de tomar uma decisão”.
Em entrevista à Lusa, a vice-presidente e principal analista que acompanha Portugal na Moody’s, Kathrin Muehlbronner, explicou que na opinião da agência o chumbo do TC a quatro medidas do Orçamento do Estado para 2013 (entre elas a suspensão dos subsídios de férias) é “claramente um revés para o Governo”, mas a agência vai esperar “por maior clareza sobre as alternativas do Governo antes de tomar uma decisão”.
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Em entrevista à Lusa, a vice-presidente e principal analista que acompanha Portugal na Moody’s, Kathrin Muehlbronner, explicou que na opinião da agência o chumbo do TC a quatro medidas do Orçamento do Estado para 2013 (entre elas a suspensão dos subsídios de férias) é “claramente um revés para o Governo”, mas a agência vai esperar “por maior clareza sobre as alternativas do Governo antes de tomar uma decisão”.
“Não iremos ‘a correr’ tomar uma decisão sobre o rating nos próximos dias devido à decisão do Tribunal Constitucional. (...) Temos que esperar para ver quais são as medidas alternativas que o Governo propõe, depois tem de as acordar com a troika e só depois faremos uma análise”, afirmou à agência Lusa a analista da Moody’s numa entrevista em Lisboa, onde esteve para uma conferência da agência com analistas.
Ainda assim, Kathrin Muehlbronner diz que o “défice orçamental é uma grande preocupação” ainda, porque se encontra em níveis relativamente elevados apesar dos progressos alcançados pelo Governo, e que a dívida pública também continua a subir e é mesmo das mais altas entre os países que a Moody’s avalia.
Apesar de recusar sempre dar sugestões ao Governo sobre a forma de resolver o problema, a analista diz que Portugal tem de continuar a trajectória de correcção dos desequilíbrios nas suas finanças públicas.
“Temos de ver uma continuação na tendência de consolidação orçamental. Isso é certamente importante. Nós não olhamos para cada décima, nem temos preferência por algumas medidas específicas em detrimento de outras mas é com certeza importante ver a continuação da tendência descendente do défice”, afirmou.
Sobre o regresso de Portugal aos mercados, a analista explicou que a Moody’s sempre teve “dúvidas sobre a capacidade de Portugal regressar ao mercado” e que esta é uma das razões para o rating de Portugal estar tão baixo, por exemplo face ao da Irlanda que também está sob um programa de assistência financeira - dois níveis mais baixo.
A Moody’s diz que Portugal tem um maior risco do que a Irlanda para precisar de mais tempo, mais dinheiro ou um novo resgate, e que isso já está contabilizado no rating actual de Portugal.