Guadiana desaloja centenas em Espanha mas não preocupa Portugal

Localidade teve de ser evacuada perto de Badajoz, mas caudais estão a baixar.

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Chuvas continuam a causar problemas, mas a situação está melhor do que no passado fim-de-semana Adriano Miranda

A pequena localidade de Barbaño, cerca de 40 quilómetros a Leste de Badajoz, teve de ser evacuada, devido à subida do Guadiana. A operação foi realizada durante a noite de terça-feira e madrugada de quarta. A maior parte dos 659 habitantes foi realojada em casa de parentes ou amigos e 83 foram encaminhados para um pavilhão gimnodesportivo na cidade espanhola de Montijo, sede do município ao qual pertence Barbaño.

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A pequena localidade de Barbaño, cerca de 40 quilómetros a Leste de Badajoz, teve de ser evacuada, devido à subida do Guadiana. A operação foi realizada durante a noite de terça-feira e madrugada de quarta. A maior parte dos 659 habitantes foi realojada em casa de parentes ou amigos e 83 foram encaminhados para um pavilhão gimnodesportivo na cidade espanhola de Montijo, sede do município ao qual pertence Barbaño.

Segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente, o fluxo de água do Guadiana que estava a entrar em Portugal durante a manhã era menor do que o registado no passado domingo, quando as fortes chuvas provocaram cheias um pouco por todo o país. O caudal máximo foi registado às 8h desta quarta-feira – cerca de 2400 metros cúbicos por segundo, contra cerca de 4000 metros cúbicos por segundo no domingo.

Às 11h30, o caudal tinha já baixado para 2075 metros cúbicos por segundo. Parte da água está a ser retida na barragem de Alqueva, que a essa hora estava a descarregar 1800 metros cúbicos por segundo.

A barragem chegou a encher por completo na segunda-feira, mas o seu nível baixou ligeiramente nos últimos dois dias, permitindo amortecer o caudal mais elevado que veio de Espanha, devido às chuvas desta madrugada.

Em Portugal, as bacias hidrográficas chegaram a Abril com 95% da sua capacidade de armazenamento preenchida. A situação tende a regularizar-se, mas esta quarta feira ainda havia dezenas de estradas inundadas no país, sobretudo no distrito de Santarém.

Também no Douro e no Tejo, outros dois grandes rios transfronteiriços, a situação começa a estabilizar. Segundo dados enviados pelo ministério do Ambiente à Lusa nesta quarta-feira, no Douro "os volumes dos rios da bacia estão a estabilizar-se e a cair, apesar de algumas estações permanecerem em alerta”. A maior preocupação é na passagem por Zamora ainda que os volumes também estejam a descer.

No Tejo “a situação da parte espanhola da bacia está a normalizar-se” e, apesar de todos os embalses terem necessitado de descargas “não se produziram efeitos significativos”. “O incidente mais grave foi um acidente ocorrido em Colmenar Viejo [Espanha] onde uma pessoa caiu ao rio e acabou por morrer”, refere a nota do ministério.

Em Espanha, as autoridades estão a vigiar os caudais de vários rios, com as reservas a atingirem níveis recorde e perante uma nova frente de chuvas fortes esperada a partir de quinta-feira em praticamente todo o país.

A situação melhorou esta quarta-feira em várias zonas, depois das inundações sentidas em Castela Leão, Castela La Mancha, Extremadura e Andaluzia. Mas mais de metade das 14 bacias que agrupam os principais rios espanhóis continua com as reservas acima dos 90%.

Notícia actualizada às 16h13: acrescenta informação sobre os rios Douro e Tejo