Falsos comunicados: Governo nega ter sido alvo de ataque informático

Textos enviados a partir de emails oficiais têm origem na apropriação indevida dos endereços electrónicos.

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O email falso terá sido enviado a partir de um servidor alojado na República Checa PÚBLICO

O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Luís Marques Guedes, negou na segunda-feira que o Governo esteja sob ataque informático, esclarecendo que os comunicados falsos enviados a partir de emails oficiais têm origem na apropriação indevida dos endereços electrónicos.

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O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Luís Marques Guedes, negou na segunda-feira que o Governo esteja sob ataque informático, esclarecendo que os comunicados falsos enviados a partir de emails oficiais têm origem na apropriação indevida dos endereços electrónicos.

Um endereço electrónico oficial do SEC foi usado na segunda-feira para distribuir um comunicado falso a dar conta da alocação de mais verbas para apoios às artes, e um endereço oficial da ARS do Norte foi utilizado para veicular um comunicado falso a dar conta da contratação de 600 enfermeiros.

Luís Marques Guedes esclareceu que a situação teve origem no recurso a um fake mail, um email falso que permite enviar correios como se estes tivessem origem em endereços válidos. O fake mail, adiantou, terá sido enviado a partir de um servidor alojado na República Checa.

De acordo com o secretário de Estado, a Polícia Judiciária vai ser posta ao corrente da situação durante esta terça-feira e “haverá provavelmente lugar à apresentação de uma queixa por apropriação indevida de endereço de email”.

Marques Guedes adiantou ainda que são de esperar ao longo do dia mais esclarecimentos sobre este assunto.

O documento enviado a partir do endereço eletrónico gabinete.sec@sec.gov.pt dava conta de que a SEC ia disponibilizar, para a área cultural e artística, uma parte das verbas que o Orçamento do Estado tinha retirado das fundações.

“O Orçamento de [sic] Estado de 2013 que previa uma redução dos apoios financeiros a Fundações e Entidades para cerca de metade, ou seja, sensivelmente entre 150 a 200 milhões de euros, vai disponibilizar uma parcela dessa verba para ser agora aplicada no mesmo sector”, afirmava o documento enviado à Lusa e a outros órgãos de comunicação social.

Segundo o falso comunicado divulgado na segunda-feira, esta decisão resultava “da 7.ª avaliação do Fundo Monetário Internacional, decorrida nos últimos dois meses, e em concordância com a opinião emitida pelo governador do Banco de Portugal” e, nesse sentido, “o Estado Português" decidia então "reavaliar as verbas a serem aplicadas na área da cultura e da sua produção”, afirmava o documento.

No caso do email falso enviado em nome da ARS do Norte, o texto anunciava que que se encontrava “encerrado” o processo de contratação de 569 enfermeiros para exercerem funções nos cuidados de saúde primários na região.

Na sequência desse falso comunicado a entidade garante que não o emitiu, e afirmou que vai investigar se houve violação do seu sistema informático.