Militares da UE começaram a treinar o exército maliano

Apesar da intervenção francesa, os grupos islamistas continuam activos no Norte do país e prometeram intensificar os ataques.

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Tropas do Mali em treino junto a Tombuktu Luc Gnago/Reuters

A intervenção militar da França em Janeiro deste ano travou a progressão das forças islamistas e, na mesma altura, os países da União Europeia (UE) decidiram que uma força europeia daria instrução aos soldados e chefias malianas.

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A intervenção militar da França em Janeiro deste ano travou a progressão das forças islamistas e, na mesma altura, os países da União Europeia (UE) decidiram que uma força europeia daria instrução aos soldados e chefias malianas.

Na manhã desta terça-feira, o treino começou na base militar de Koulikoro, a 60 quilómetros da capital, Bamako, disse à AFP o tenente-coronel francês Philippe de Cussac, porta-voz da missão da UE, que, no futuro, incluirá portugueses. No total, serão 550 os instrutores.

A formação deste primeiro grupo de malianos deverá durar seis semanas e será feita por instrutores de França, Reino Unido, Suécia, Finlândia, Lituânia, Luxemburgo e Irlanda. "Haverá, primeiro, uma formação generalista. De seguida, será especializada em telecomunicações e artilharia", disse Philippe de Cussac sobre o trabalho da missão. No total, serão treinados três mil militares de um exército que é, de momento, muito frágil e mal organizado, incapaz por isso de enfrentar ataques dos grupos islamistas mais bens organizados.

Em simultâneo, a França prepara a saída dos quatro mil homens que tem no Mali. Para o seu lugar deverá ir uma missão de forças de manutenção de paz das Nações Unidas que será composta de 11 mil homens.

O Governo de transição do Mali – a ofensiva islamista seguiu-se a uma tentativa de golpe de Estado – pediu também a ajuda da Rússia, nomeadamente no fornecimento de helicópteros e aviões de combate e de veículos blindados, segundo a imprensa de Moscovo. Em Fevereiro, a Rússia enviou para o Mali três mil metralhadoras Kalachnikov e outro material bélico no valor de 12 milhões de dólares.

Apesar da intervenção francesa, as milícias islamistas não desapareceram do território do Mali. Continuam activas e a combater nas zonas mais a Norte, nas montanhas de Ifoghas e também na zona de Gao e Tombuctu (cidades que chegaram a controlar).

Em Tombuctu continuam a registar-se incursões de islamistas, relata a AFP, e na madrugada de domingo houve um ataque suicida que matou 12 pessoas, oito das quais eram islamistas