J.M. Coetzee on the road
O Prémio Nobel da Literatura 2003, J.M. Coetzee, que acaba de publicar um novo romance — The Childhood of Jesus saiu no início deste mês —, decidiu viajar. O escritor sul-africano vai participar de 8 a 10 de Abril num seminário dedicado à sua obra organizado pela Universidad Central de Bogotá, na Colômbia. Numa entrevista que deu recentemente à revista colombiana Semana (e que pode ser lida on-line), o autor de Desgraça revelou que no Primer Seminario Internacional de Autor: Tres días con J.M. Coetzee irá ler um texto sobre a censura e um outro, inédito, intitulado A velha senhora e os gatos. Explicou também que esta velha senhora é Elizabeth Costello, a personagem criada por si que também é romancista. Logo a seguir, partirá para o Brasil, onde já esteve como escritor convidado da FLIP — Festa Literária Internacional de Paraty, em 2007. Irá agora dar uma conferência em Curitiba, a 15 de Abril, e uma outra, em Porto Alegre, no dia 18.
Parece que o retrato que JC Kannemeyer fez deste Prémio Nobel da Literatura na biografia JM Coetzee: A Life in Writing é verdadeiro: apesar de ter recusado ir receber pessoalmente os dois prémios Booker que já recebeu, este Nobel não tem nada de recluso e é até bastante ligado à sociedade e aos que o rodeiam. Esta que é a sua única biografia autorizada foi editada pela primeira vez em 2011 na África do Sul (onde o escritor nasceu), em inglês e africânder. Em Novembro do ano passado, saiu na Austrália e a 18 de Junho vai ser finalmente lançada na Grã-Bretanha, numa edição revista. Para escrever JM Coetzee: A Life in Writing, JC Kannemeyer — que morreu em 2011 — teve acesso a todos os papéis e documentos do escritor, incluindo os manuscritos dos romances que tinha escrito até aquela altura e também à sua família e AOS amigos. A biografia recua até às suas origens, aos primeiros anos e aos primeiros escritos, fala do tempo que passou em Inglaterra (1962-65), dos anos americanos (1965-71), das três décadas que passou na África do Sul e da vida na Austrália, onde se instalou em 2002 — no ano seguinte, foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura. Aborda também alguns dos temas mais íntimos, como a morte do filho Nicolas num acidente quando tinha 23 anos, o desmoronar do seu casamento e a morte, com cancro, da primeira mulher, Philippa, já depois do divórcio, e ainda a doença da filha, Gisela (que sofre de epilepsia, agorafobia e alcoolismo). O vegetariano J.M. Coetzee, revela ainda a biografia, é um excelente cozinheiro (dizem os amigos que se especializou em gnocchi e caril) e um entusiasta da bicicleta (participou na Argus Cycle Tour 15 vezes).
O retrato que se faz habitualmente do escritor tem por base um artigo de Rian Malan, The Prince of Darkness. Quando JC Kannemeyer lhe perguntou o que achava desse retrato composto pelo jornalista sul-africano, o escritor respondeu: “Encontrei-me com Rian Malan uma vez na vida. Ele não me conhece e não tem aptidão para falar sobre o meu carácter.”
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O Prémio Nobel da Literatura 2003, J.M. Coetzee, que acaba de publicar um novo romance — The Childhood of Jesus saiu no início deste mês —, decidiu viajar. O escritor sul-africano vai participar de 8 a 10 de Abril num seminário dedicado à sua obra organizado pela Universidad Central de Bogotá, na Colômbia. Numa entrevista que deu recentemente à revista colombiana Semana (e que pode ser lida on-line), o autor de Desgraça revelou que no Primer Seminario Internacional de Autor: Tres días con J.M. Coetzee irá ler um texto sobre a censura e um outro, inédito, intitulado A velha senhora e os gatos. Explicou também que esta velha senhora é Elizabeth Costello, a personagem criada por si que também é romancista. Logo a seguir, partirá para o Brasil, onde já esteve como escritor convidado da FLIP — Festa Literária Internacional de Paraty, em 2007. Irá agora dar uma conferência em Curitiba, a 15 de Abril, e uma outra, em Porto Alegre, no dia 18.
Parece que o retrato que JC Kannemeyer fez deste Prémio Nobel da Literatura na biografia JM Coetzee: A Life in Writing é verdadeiro: apesar de ter recusado ir receber pessoalmente os dois prémios Booker que já recebeu, este Nobel não tem nada de recluso e é até bastante ligado à sociedade e aos que o rodeiam. Esta que é a sua única biografia autorizada foi editada pela primeira vez em 2011 na África do Sul (onde o escritor nasceu), em inglês e africânder. Em Novembro do ano passado, saiu na Austrália e a 18 de Junho vai ser finalmente lançada na Grã-Bretanha, numa edição revista. Para escrever JM Coetzee: A Life in Writing, JC Kannemeyer — que morreu em 2011 — teve acesso a todos os papéis e documentos do escritor, incluindo os manuscritos dos romances que tinha escrito até aquela altura e também à sua família e AOS amigos. A biografia recua até às suas origens, aos primeiros anos e aos primeiros escritos, fala do tempo que passou em Inglaterra (1962-65), dos anos americanos (1965-71), das três décadas que passou na África do Sul e da vida na Austrália, onde se instalou em 2002 — no ano seguinte, foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura. Aborda também alguns dos temas mais íntimos, como a morte do filho Nicolas num acidente quando tinha 23 anos, o desmoronar do seu casamento e a morte, com cancro, da primeira mulher, Philippa, já depois do divórcio, e ainda a doença da filha, Gisela (que sofre de epilepsia, agorafobia e alcoolismo). O vegetariano J.M. Coetzee, revela ainda a biografia, é um excelente cozinheiro (dizem os amigos que se especializou em gnocchi e caril) e um entusiasta da bicicleta (participou na Argus Cycle Tour 15 vezes).
O retrato que se faz habitualmente do escritor tem por base um artigo de Rian Malan, The Prince of Darkness. Quando JC Kannemeyer lhe perguntou o que achava desse retrato composto pelo jornalista sul-africano, o escritor respondeu: “Encontrei-me com Rian Malan uma vez na vida. Ele não me conhece e não tem aptidão para falar sobre o meu carácter.”