Anders Breivik num musical de David Greig

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HEIKO JUNGE/ POOL/ REUTERS

O dramaturgo britânico David Greig escreveu um musical baseado no massacre cometido por Anders Breivik, em 2011, na Noruega. Greig e Ramin Gray, encenador da peça, visitaram Oslo e a ilha de Utoya três meses depois de Breivik, 33 anos, aí ter assassinado 77 pessoas — a 22 de Julho de 2011, o extremista de direita fez explodir uma bomba no centro de Oslo e disparou contra dezenas de jovens na ilha de Utoya.

The Events terá estreia este Verão no Traverse, em Edimburgo, seguindo depois para Londres, onde vai ser apresentado no Young Vic. Gray, que encomendou a Greig o guião da peça, para ser interpretada pela Actors Touring Company, confessou ao The Guardian que chegou a vacilar — não sabia se era correcto fazer uma peça sobre este acontecimento. “Oslo não é uma cidade grande e praticamente toda a gente se conhece, por isso quase todas as pessoas com quem falámos tinham sido afectadas. Algumas pessoas pediram-nos para que não escrevêssemos ou falássemos de Breivik”, explicou o encenador. Como resultado das conversas que tiveram com familiares e amigos das vítimas mortais, Greig e Gray decidiram não invocar o nome de Breivik no espectáculo e por centrar a história numa mulher que tem de se decidir quanto à sua reacção perante um assassinato colectivo com motivações raciais e políticas. O escritor espera que o espectáculo siga o percurso inverso ao da tragédia grega, focada na sede de vingança de uma personagem. “Em vez disso, esta mulher procura o entendimento”, diz.

O dramaturgo interessou-se especialmente pela forma como os cidadãos de um país que a Europa toma como modelo desde a segunda metade do século XX reagiram ao massacre, por oposição à resposta dada pela América no pós-11 de Setembro: “A Noruega representa o ideal social democrático da Escandinávia e o ataque parecia dirigir-se contra isso. Os americanos responderam de uma forma e a Noruega respondeu com a democracia. Queria perceber se a melhor forma de responder a um crime desta natureza é compreendendo-o”. Com The Events, o escritor espera que as audiências se questionem sobre as diferenças entre um assassinato massivo como o planeado pela organização terrorista de Osama bin Laden e o ataque cometido por um assassino isolado como Breivik.

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O dramaturgo britânico David Greig escreveu um musical baseado no massacre cometido por Anders Breivik, em 2011, na Noruega. Greig e Ramin Gray, encenador da peça, visitaram Oslo e a ilha de Utoya três meses depois de Breivik, 33 anos, aí ter assassinado 77 pessoas — a 22 de Julho de 2011, o extremista de direita fez explodir uma bomba no centro de Oslo e disparou contra dezenas de jovens na ilha de Utoya.

The Events terá estreia este Verão no Traverse, em Edimburgo, seguindo depois para Londres, onde vai ser apresentado no Young Vic. Gray, que encomendou a Greig o guião da peça, para ser interpretada pela Actors Touring Company, confessou ao The Guardian que chegou a vacilar — não sabia se era correcto fazer uma peça sobre este acontecimento. “Oslo não é uma cidade grande e praticamente toda a gente se conhece, por isso quase todas as pessoas com quem falámos tinham sido afectadas. Algumas pessoas pediram-nos para que não escrevêssemos ou falássemos de Breivik”, explicou o encenador. Como resultado das conversas que tiveram com familiares e amigos das vítimas mortais, Greig e Gray decidiram não invocar o nome de Breivik no espectáculo e por centrar a história numa mulher que tem de se decidir quanto à sua reacção perante um assassinato colectivo com motivações raciais e políticas. O escritor espera que o espectáculo siga o percurso inverso ao da tragédia grega, focada na sede de vingança de uma personagem. “Em vez disso, esta mulher procura o entendimento”, diz.

O dramaturgo interessou-se especialmente pela forma como os cidadãos de um país que a Europa toma como modelo desde a segunda metade do século XX reagiram ao massacre, por oposição à resposta dada pela América no pós-11 de Setembro: “A Noruega representa o ideal social democrático da Escandinávia e o ataque parecia dirigir-se contra isso. Os americanos responderam de uma forma e a Noruega respondeu com a democracia. Queria perceber se a melhor forma de responder a um crime desta natureza é compreendendo-o”. Com The Events, o escritor espera que as audiências se questionem sobre as diferenças entre um assassinato massivo como o planeado pela organização terrorista de Osama bin Laden e o ataque cometido por um assassino isolado como Breivik.