Moscovo descarta suportar perdas de depositantes russos em Chipre
Rússia admite apenas compensar empresas em que o Estado é accionista.
A garantia foi dada pelo vice-primeiro-ministro russo Igor Chouvalov que numa entrevista televisiva, no domingo à noite, teceu críticas ao facto de o programa cipriota implicar perdas para os depositantes, accionistas e detentores de obrigações das instituições financeiras a reestruturar. A medida, reforçou, é “uma vergonha”, mas o Governo russo “não pode tomar qualquer medida numa situação destas”, cita a agência de notícias Interfax.
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A garantia foi dada pelo vice-primeiro-ministro russo Igor Chouvalov que numa entrevista televisiva, no domingo à noite, teceu críticas ao facto de o programa cipriota implicar perdas para os depositantes, accionistas e detentores de obrigações das instituições financeiras a reestruturar. A medida, reforçou, é “uma vergonha”, mas o Governo russo “não pode tomar qualquer medida numa situação destas”, cita a agência de notícias Interfax.
A posição de Moscovo poderá, no entanto, ser diferente no caso das empresas em que o Estado russo é accionista e que assumam perdas importantes, ressalvou. “Se houver uma situação concreta, estamos abertos a avaliá-la publicamente e de forma transparente”, mas sem que isso implique assumir encargos do resgate, explicou Igor Chouvalov.
Segundo dados do banco central, a maioria dos 19 mil milhões de euros de depósitos não-europeus e não bancários nas instituições financeiras cipriotas está nas mãos de russos. Do total de 38 mil milhões de depósitos bancários, 13 mil milhões têm origem em depositantes de fora da União Europeia.
Um decreto publicado no sábado prevê que os depositantes do Banco de Chipre, a principal instituição bancária do país, terão de assumir perdas que rondam os 60% dos aforros acima de 100 mil euros.
Esta é uma das medidas que o Governo cipriota se comprometeu a tomar no quadro do resgate financeiro negociado com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional.
Para receber um empréstimo de dez mil milhões de euros, o executivo de conservador Nikos Anastasiades teve de definir um conjunto de medidas que garantam fundos complementares ao resgate. Além da reestruturação do sector bancário, o Governo tem em mãos um pacote de medidas contra a crise onde se incluem alterações fiscais, descontos na electricidade, medidas de apoio social e a criação de um novo casino.
Numa entrevista ao jornal Fileleftheros, na edição de domingo, o Presidente cipriota disse que a economia do seu país precisa de gerar receitas para encontrar o caminho da retoma. Foi esse objectivo que levou Anastasiades a anunciar a criação de uma nova zona de jogo no Sul de Chipre, uma ideia que não agrada à Igreja Ortodoxa, que se opõem ao alargamento dos casinos ao território da internacionalmente reconhecida República de Chipre, onde vivem os cipriotas gregos.