Associação de Mergulho nos Açores quer regras mais apertadas para evitar massificação
"Não queremos ser um mar vermelho, mas sim ter um turismo sustentável, com regras”, afirma Jorge Botelho, da comissão instaladora da associação.
“Temos de tomar medidas e têm de ser tomadas com urgência, porque senão corremos o risco de massificar tudo o que temos. Não queremos ser um mar vermelho, mas sim ter um turismo sustentável, com regras”, afirmou à Lusa Jorge Botelho, da comissão instaladora da associação, acrescentando que, se houver “100 a 120 pessoas a mergulhar, os animais vão estranhar”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
“Temos de tomar medidas e têm de ser tomadas com urgência, porque senão corremos o risco de massificar tudo o que temos. Não queremos ser um mar vermelho, mas sim ter um turismo sustentável, com regras”, afirmou à Lusa Jorge Botelho, da comissão instaladora da associação, acrescentando que, se houver “100 a 120 pessoas a mergulhar, os animais vão estranhar”.
A Associação de Operadores de Mergulho dos Açores, cuja escritura foi feita a 14 de Março, é composta, neste momento, por operadores de Santa Maria, Terceira e Pico, sendo que o objectivo passa por reunir associados das nove ilhas açorianas e “contribuir activamente” para a definição de políticas para a área do mergulho.
Para Jorge Botelho, a criação de quotas para limitar a instalação nas ilhas de mais operadores de mergulho não seria um disparate, apontando como exemplo Santa Maria, onde já existem cinco operadores em actividade, cada um com dois barcos, com capacidade para 12 pessoas: “Se surgissem mais, seria complicado de gerir e ambientalmente preocupante”.
O membro da comissão instaladora da AOMA, conjuntamente com Paulo Reis, Luis Feiteirona e Pedro Alves, adiantou que está agora a ser enviada documentação e fichas de inscrição para todos os operadores de mergulho licenciados nos Açores, para que se associem, sendo que até final de Abril deverá ser eleita a primeira direcção, assembleia e conselho fiscal. “Cada um tinha o seu problema e era sempre isoladamente que o resolvia. Neste momento, o objectivo é representar os sócios e assim falar todos a uma só voz”, disse Jorge Botelho, gerente de uma empresa marítimo-turística em Santa Maria que em 2012, conjuntamente com outra empresa, foi responsável por trazer à ilha, em três meses, cerca de 500 pessoas para mergulhar.
Segundo Jorge Botelho, o mergulho ganhou grande impulso nos Açores nos últimos anos e são cada vez mais as pessoas de vários países que procuram o arquipélago para mergulhar, devido à riqueza e diversidade dos fundos marinhos em redor das ilhas. Existem na região cerca de duas dezenas de empresas que desenvolvem actividades nas diferentes modalidades relacionadas com o mergulho, estando referenciados em todo o arquipélago cerca de meia centena de locais com potencialidades para essa actividade.
Santa Maria e Graciosa são duas das ilhas mais procuradas pelos mergulhadores, sendo que nesta última decorre desde 2007 a Bienal de Turismo Subaquático dos Açores, que tem como objectivos principais a afirmação do arquipélago como destino de mergulho e o debate de temáticas relevantes para o sector.