Cortes nos depósitos em Chipre podem chegar aos 60%
Os titulares de depósitos superiores a 100.000 euros receberão acções do banco que valem apenas 37,5% das suas poupanças.
Esta semana já tinha havido indicações de que os maiores depositantes do Banco de Chipre iriam perder entre 30% e 40% do seu dinheiro, contribuindo para o esforço do resgate financeiro do país. Esses números tinham sido avançados pelo governador do banco central, Panicos Demetriades, e pelo ministro das Finanças, Mijalis Sarris.
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Esta semana já tinha havido indicações de que os maiores depositantes do Banco de Chipre iriam perder entre 30% e 40% do seu dinheiro, contribuindo para o esforço do resgate financeiro do país. Esses números tinham sido avançados pelo governador do banco central, Panicos Demetriades, e pelo ministro das Finanças, Mijalis Sarris.
Mas o decreto publicado pelo Governo explicitou que os titulares de depósitos superiores a 100.000 euros receberão acções do banco que valem apenas 37,5% das suas poupanças. Isso quer dizer que poderão nunca mais recuperar o resto do seu dinheiro, diz a Reuters.
Os detalhes da nova decisão do Governo foram anunciados pelo ministro das Finanças, Mijalis Sarris. Em causa estão todos os valores acima de 100.000 euros. Por exemplo, num depósito de 200.000 euros, metade será alvo de uma taxa de 37,5%, ou 37.500 euros. Este dinheiro será imediatamente retirado das contas — afectando cerca de 19 mil clientes do Banco de Chipre que, segundo o Wall Street Journal, detêm cerca de 8000 milhões de euros em depósitos não segurados.
Mas este valor poderá ser maior porque 22,5% dos valores restantes ficarão congelados durante três meses. Após esse prazo, 22,5% serão convertidos em acções ou devolvidos aos depositantes e o que vai influenciar essa decisão será a situação financeira do banco na altura. Na prática, para além da taxa de 37,5%, poderá ser aplicada uma taxa adicional de 22,5%, dependendo das necessidades do banco. O processo de limpar o Banco de Chipre pode durar seis a sete anos, disse Sarris, citado pelo Wall Street Journal.