TVI vai impugnar audiências da GfK devido a “irregularidades”
RTP anuncia que também se vai opor à decisão da Comissão de Estudos de Meios de aceitar o painel da GfK tal como está.
A RTP também fez saber, através de comunicado, que não compreende a decisão da direcção da CAEM, avisa que se vai opor e volta a defender que é “fundamental” realizar uma auditoria independente” ao painel das audiências.
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A RTP também fez saber, através de comunicado, que não compreende a decisão da direcção da CAEM, avisa que se vai opor e volta a defender que é “fundamental” realizar uma auditoria independente” ao painel das audiências.
Em comunicado, a TVI lembra que no processo de correcção das deficiências do serviço de audimetria – que foram detectadas há um ano – se registaram “irregularidades”, pelo que defende ser “imprescindível a realização de uma auditoria” por uma entidade independente.
Essa entidade seria a PricewaterhouseCoopers (PwC), que deveria analisar se os serviços da GfK “são prestados correctamente e de acordo com o respectivo contrato”.
A RTP alinha pela mesma argumentação e diz que a auditoria “será a forma mais correcta de validação e verificação das correcções do PAC – Plano de Acção e Correcção [do painel] e consequente credibilização do processo”.
Entretanto, o presidente da administração da Media Capital responsabiliza a CAEM por prejuízos na TVI estimados entre cinco e dez milhões de euros. À Lusa, Miguel Pais do Amaral defendeu que o painel “não é adequado”. Revelou que este painel “está a ser imposto por diversas entidades dentro da CAEM), e por isso queremos que uma entidade externa, como a PricewaterhouseCoopers [a empresa que fez uma primeira auditoria e que sugeriu uma alteração ao painel incorporando os dados dos Censos de 2011] ou outra com a mesma credibilidade, faça uma auditoria externa ao funcionamento do painel”, acrescentou, citado pela agência.
Antevendo que os restantes associados da CAEM possam rejeitar essa auditoria devido aos custos que isso acarreta, a TVI disponibiliza-se mesmo para pagar uma parte ou mesmo toda a factura do estudo. A condição é que o resultado dessa auditoria seja vinculativo para a CAEM e todos os associados.
“Uma vez que a direcção da CAEM decidiu recusar o pedido da TVI e da RTP de realização desta auditoria e, bem assim, decidiu aceitar os serviços prestados pela GfK, a TVI informa que irá impugnar tais decisões, mediante a apresentação de recurso das mesmas, perante a Assembleia Geral da CAEM”, anuncia a estação de Queluz.
Para evitar acusações de que está a tomar esta posição por estar a ser prejudicada pela medição da GfK, a TVI realça que “tem sido e é líder incontestável de audiências em ambos os painéis de audimetria em actividade em Portugal [GfK e Marktest]”. Por isso, diz, o seu “único objectivo” é “contribuir para a transparência e fiabilidade de funcionamento do mercado, bem como para a credibilidade da medição de audiências”.
A estação mais prejudicada pela mudança do painel de medição de audimetria foi a RTP1, que viu as suas audiências caírem perto de 30% há um ano.