Moção de censura do PS defende eleições antecipadas
Documento foi entregue no Parlamento. Discussão e votação marcadas para a próxima quarta-feira.
Assim, o PS defende novas eleições para dar legitimidade ao próximo Governo para “renegociar” com a Europa o programa de ajustamento e relançar a economia.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Assim, o PS defende novas eleições para dar legitimidade ao próximo Governo para “renegociar” com a Europa o programa de ajustamento e relançar a economia.
“Este Governo não está à altura do momento e das responsabilidades que devia assumir”, justificou o líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, numa conferência de imprensa realizada após a entrega da moção na mesa da Assembleia da República. O socialista invocou a existência de “um novo consenso político” no país sobre o caminho alternativo ao seguido pelo actual Governo. Um consenso, disse Zorrinho, que “não passa por este Governo, por esta maioria e por este primeiro-ministro”.
A iniciativa parlamentar foi agendada para debate e votação na próxima quarta-feira, dia 3 de Abril. O seu primeiro subscritor é o secretário-geral, António José Seguro, seguindo-se a presidente do partido, Maria de Belém, e o líder da bancada socialista, Carlos Zorrinho.
Foi o secretário-geral quem propôs a moção de censura depois de uma volta pelo país, durante a qual assumiu a “ruptura” com o Governo e anunciou ter chegado o momento da “mudança”.
A moção elenca os motivos do PS para avançar com a censura. No Largo do Rato, a sétima avaliação da troika era vista como “o derradeiro momento para o Governo inverter a sua política”.
O documento cita os números da economia. Lembra os 942 mil desempregados, o terceiro ano consecutivo de “recessão profunda”, o contínuo aumento da dívida pública e o défice orçamental que “falha sistematicamente as metas estabelecidas”.