OCDE: Economia global está a melhorar mas a Europa continua com dificuldades
Apesar da má conjuntura europeia, a OCDE diz que as reformas estruturais na Europa do sul constituem uma "base sólida" para o crescimento.
“A economia global enfraqueceu no fim de 2012 mas agora as perspectivas melhoraram para as economias dos países OCDE,” disse Pier Carlo Padoan, economista chefe da OCDE. “Continua a ser necessária a intervenção governamental para assegurar uma recuperação sustentável, especialmente na zona euro onde o crescimento é desequilibrado e continua a ser mais lento que nas outras regiões.”
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“A economia global enfraqueceu no fim de 2012 mas agora as perspectivas melhoraram para as economias dos países OCDE,” disse Pier Carlo Padoan, economista chefe da OCDE. “Continua a ser necessária a intervenção governamental para assegurar uma recuperação sustentável, especialmente na zona euro onde o crescimento é desequilibrado e continua a ser mais lento que nas outras regiões.”
No primeiro trimestre de 2013, os Estados Unidos contam com um crescimento de 3,5%. A Alemanha, por sua vez, terá um crescimento de 2,3% que aumentará para 2,6% no segundo trimestre. O crescimento da Alemanha serve de contraste com o da Europa do Sul, tendo a Itália um crescimento negativo de 1,6% no primeiro trimestre e de -1,0% no segundo. A OCDE nota também que os países emergentes terão um crescimento, em média, superior ao das economias avançadas – a China, por exemplo, contará com um crescimento acima dos 8%.
O relatório diz que a confiança dos consumidores continua baixa na Europa. O Índice de Gestores de Compras (IGC) – um índice compilado com as respostas de várias empresas em relação às condições do mercado – dos países europeus demonstra que há uma grande disparidade entre os países periféricos e o centro. Enquanto o IGC da Alemanha assinala crescimento positivo, os IGs de França e da periferia estão a níveis muito baixos, indicando assim um declínio na indústria.
A aumentar o declínio da procura está a situação de desemprego. O desemprego a longo prazo tem aumentado substancialmente na Europa. Os desempregados europeus têm também sofrido com a diminuição das regalias sociais, piorando assim a desigualdade e a pobreza.
Contudo, a OCDE diz que as reformas estruturais na Grécia, Irlanda, Itália, Espanha e Portugal constituem uma “base sólida” para a recuperação da competitividade e do emprego quando a procura voltar a aumentar. Para atenuar os custos a curto prazo destas medidas, a OCDE aconselha um aumento de crédito para os países periféricos e reformas estruturais que fomentem a procura em países como a Alemanha.
O relatório aponta também para a necessidade de implementar um sistema comum de regulamentação dos bancos europeus, citando o caso recente de Chipre que revelou a importância de ter instituições que vigiem os bancos para assegurar a estabilidade dos mesmos.