Ambiente calmo na reabertura dos bancos em Chipre

Ao fim de 20 minutos após a abertura dos bancos já não existiam filas. Muitos acorreram aos balcões por não terem cartões bancários.

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Apenas quando faltavam 20 minutos para a hora marcada para a abertura de bancos começaram a juntar-se clientes nas portas dos bancos. As maiores filas formaram-se às portas das dependências do Laiki, o banco que irá ser dissolvido. Numa delas, num bairro residencial próximo do centro de Nicósia, formou-se uma fila algo desorganizada de 25 pessoas. Em todas as outras instituições, desde o Banco do Chipre (que irá ficar com os depósitos abaixo de 100 mil do Laiki) até aos bancos-cooperativa formaram-se igualmente filas numerosas. No interior dos bancos, os funcionários acertavam os últimos detalhes antes da abertura e, em alguns casos, explicavam aos clientes como tudo iria funcionar.

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Apenas quando faltavam 20 minutos para a hora marcada para a abertura de bancos começaram a juntar-se clientes nas portas dos bancos. As maiores filas formaram-se às portas das dependências do Laiki, o banco que irá ser dissolvido. Numa delas, num bairro residencial próximo do centro de Nicósia, formou-se uma fila algo desorganizada de 25 pessoas. Em todas as outras instituições, desde o Banco do Chipre (que irá ficar com os depósitos abaixo de 100 mil do Laiki) até aos bancos-cooperativa formaram-se igualmente filas numerosas. No interior dos bancos, os funcionários acertavam os últimos detalhes antes da abertura e, em alguns casos, explicavam aos clientes como tudo iria funcionar.

Ao meio-dia, como previsto, as portas abriram na dependência do banco Laiki. Puderam entrar quatro pessoas de cada vez. Uma das primeiras a entrar foi Elena, de 53 anos. Ia retirar 300 euros da sua conta (o máximo que cada pessoa pode retirar da sua conta por dia, de acordo com os limites impostos pelas autoridades). Precisava do dinheiro com urgência porque não tinha qualquer cartão bancário e, durante a última semana, teve de contar com o empréstimo de 50 euros que uma amiga lhe fez para comprar comida. “Preciso do dinheiro para pagar as minhas contas da electricidade e da água, que já devia ter pago. E para pagar à minha amiga, também”, explica. Elena não se queixa dos limites impostos. “Não tenho muito dinheiro na conta e se não houvesse os limites toda a gente ia a correr tirar o dinheiro e seria tudo pior.”

Na fila estavam mais pessoas que durante os últimos dias não conseguiram levantar dinheiro por não terem cartões para o fazer nas caixas automáticas. Estavam também várias pessoas em nome das empresas.

Neste caso, não tanto para levantar dinheiro mas para tentar depositar cheques que receberam de clientes e perceber de que forma é que podiam agora fazer face às suas despesas. Nestes casos, notava-se bastante frustração com o que podia ser feito. O dono de uma agência de viagens que tem a sua conta no Laiki saiu do banco a queixar-se de que só tinha conseguido fazer “o que podia, não o que queria”. Na sua mão estavam ainda vários cheques de clientes, entregues imediatamente antes de os bancos fecharem. Por não serem cheques do Laiki, não os podia agora depositar. “Como é que eu agora pago as minhas despesas?”, perguntava.

Ao fim de 20 minutos, na grande maioria dos bancos já não existia fila no exterior do banco. Apenas nas dependências do Laiki, a fila persistia, mas cada pessoa conseguia em 30 minutos ser atendida.

Os bancos estarão abertos hoje até às 18h locais (16h em Lisboa) e voltam a abrir amanhã de manhã. Na segunda-feira é novamente feriado em Chipre. 

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