Liga acusa FPF de tentativa de "asfixia" através da apropriação de receitas

O organismo que tutela os escalões profissionais lamenta também a "ingerência" do Governo na discussão de um tema que implica dois entes associativos privados.

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Mário Figueiredo, presidente da LPFP Foto: Nelson Garrido

"O Senhor Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, que reiteradamente tem declarado ser intransigente defensor do princípio de não ingerência do Governo no movimento associativo, permitiu, a pedido do presidente da FPF, a inclusão, na ordem de trabalhos da próxima reunião do Conselho Nacional do Desporto, de um assunto que é da esfera privada de dois entes associativos privados – a FPF e a Liga Portugal", apontam os dirigentes da LPFP, em comunicado.

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"O Senhor Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, que reiteradamente tem declarado ser intransigente defensor do princípio de não ingerência do Governo no movimento associativo, permitiu, a pedido do presidente da FPF, a inclusão, na ordem de trabalhos da próxima reunião do Conselho Nacional do Desporto, de um assunto que é da esfera privada de dois entes associativos privados – a FPF e a Liga Portugal", apontam os dirigentes da LPFP, em comunicado.

No centro da discussão está a distribuição de receitas que a LPFP entende serem da sua "plena e exclusiva titularidade". Salvaguardando que não pode ser posta em causa .. Sl   "a autonomia das instâncias associativas", o organismo liderado por Mário Figueiredo passa, então, a atacar a FPF.

"Aparentemente, o senhor presidente da FPF ter-se-á esquecido do curto mandato de um ano e meio que exerceu na presidência da Liga Portugal, instituição que usou e de que se serviu para se fazer eleger para o cargo que actualmente ocupa, no desempenho do qual está, lamentavelmente, ao serviço, não dos clubes ou do futebol português, mas de interesses instalados, designadamente na área das transmissões televisivas, que pretendem enfraquecer a Liga Portugal e tornar subservientes os clubes", acusa.

Equipas B elevam custos em 1,2 milhões de euros
Sempre com a questão das receitas em pano de fundo, a LPFP lembra que a inclusão das equipas B na II Liga significou "um acréscimo de despesas com a organização desse campeonato de cerca de um milhão e duzentos mil euros" e que não tem havido contrapartidas.

"Tal objectivo de valorização e formação local de jogadores é vital para o apetrechamento das selecções nacionais, finalidade que a Liga Portugal prossegue mesmo sem o apoio e a colaboração que seria expectável que a FPF manifestasse como beneficiária directa e principal desse esforço", apontam os dirigentes do organismo.

Mário Figueiredo denuncia, ainda, uma suposta "asfixia" imposta pela FPF, "pela apropriação de receitas geradas nas e pelas competições profissionais, que, nos termos da lei, são organizadas, regulamentadas e dirigidas pela Liga Portugal".

E sustenta que a submissão "a um órgão governamental de um litígio pendente entre dois entes privados" viola o compromisso arbitral constante dos estatutos da FIFA.

O PÚBLICO já tentou colher uma reacção junto da FPF, que irá em breve emitir um comunicado.