A saída do Governo de Almeida Henriques foi acertada numa reunião que o ainda secretário de Estado da Economia teve ontem com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e onde foi também abordado o novo Quadro de Apoio Cominitário 2014/2020 .
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A saída do Governo de Almeida Henriques foi acertada numa reunião que o ainda secretário de Estado da Economia teve ontem com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e onde foi também abordado o novo Quadro de Apoio Cominitário 2014/2020 .
“Pedi ao primeiro-ministro para deixar o Governo, o que foi aceite”, disse Almeida Henriques, revelando que tem recebido “muitos apelos de pessoas do PSD e fora do partido” para se candidatar à Câmara de Viseu.
“Fui sensível ao apelo de muitos viseenses e recebi o apoio entusiástico do dr. Fernando Ruas [presidente da câmara] e da concelhia e da distrital do PSD de Viseu”, declarou o secretário de Estado da Economia.
Numa declaração enviada ao PÚBLICO, o governante afirma que não se candidata por ele próprio, sublinhando ao mesmo tempo não ser o autor da candidatura ao município de Viseu, um bastião social-democrata. “Respondo a um apelo de muitos visienses e a um convite do meu partido. Este é o momento e não me furto a uma resposta positiva: estou disponível”, acrescenta a nota.
O anúncio da saída coincide com um momento particularmente difícil do Governo o que leva Almeida Henriques a dizer: “Estamos todos dentro do barco. Continuarei a servir o meu o país com a dedicação e a convicção de sempre. Podemos servir Portugal no Governo, no poder local, nas empresas ou nas instituições. Onde estamos e nas responsabilidades que assumimos. Continuarei a servir Portugal com a dedicação e o orgulho de sempre”.
No entanto, em declarações feitas à margem da cerimónia de assinatura de um pacote de investimento na protecção do litoral, Almeida Henriques garantiu estar "muito tranquilo e de consciência tranquila" em relação à sua saída do Executivo.
O governante sublinha que a seu tempo formalizará a sua candidatura à autarquia, apresentando o seu programa eleitoral, mas a data ainda não está estabelecida, mas ela só acontecerá depois da sua saída do Executivo, ou seja, depois de 15 de Maio.
Na última remodelação governamental no início deste ano, o nome de Almeida Henriques chegou a ser apontado como um dos secretários de Estado que estaria de saída, mas Passos Coelho acabou por recuar. Na sequência desta remodelação, Almeida Henriques viu as suas responsabiliddes reforçadas, passando a acumular as políticas de comércio e serviços de segurança.
O secretário de Estado adjunto da Economia tem lidado com dossiers de peso, como a operação limpeza dos projectos apoiados pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional que estavam sem execução. Foi depois responsável pela reprogramação estratégica dos fundos comunitários, que começou a ser negociada com a Comissão Europeia no Verão de 2012.
O governante teve também um papel importante na reforma dos processos de insolvência em Portugal, tendo liderado a criação do programa Revitalizar, que arrancou em Maio do ano passado com o objectivo de aumentar os casos de empresas em dificuldades que conseguem viabilizar-se, com o apoio dos credores.
Almeida Henriques foi ainda o dinamizador de um novo conjunto de medidas que criam limites aos juros no crédito ao consumo, aprovado em Conselho de Ministros no início deste mês. O novo pacote legislativo entrará em vigor no início de Julho.