Morreu João Honrado, um dos mais carismáticos comunistas alentejanos
Foi empregado de escritório, jornalista e publicista e trabalhou com Óscar Lopes, que também morreu ontem. Aderiu ao MUD Juvenil em 1947, ano em que foi preso pela primeira vez. Filiou-se no PCP em 1950. Em Dezembro de 1955, passou à clandestinidade, como funcionário deste partido, para dirigir as lutas do sector estudantil de Coimbra em 1958/1962 e as greves operárias e dos pescadores da região do Porto.
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Foi empregado de escritório, jornalista e publicista e trabalhou com Óscar Lopes, que também morreu ontem. Aderiu ao MUD Juvenil em 1947, ano em que foi preso pela primeira vez. Filiou-se no PCP em 1950. Em Dezembro de 1955, passou à clandestinidade, como funcionário deste partido, para dirigir as lutas do sector estudantil de Coimbra em 1958/1962 e as greves operárias e dos pescadores da região do Porto.
Novamente preso em 1962 e em 1974, saiu em liberdade com o 25 de Abril. Esteve preso nas cadeias do Aljube, Caxias e Peniche e na Penitenciária de Lisboa, contando mais de doze anos de prisão.
Depois de 25 de Abril de 1974, fez parte da Comissão de Extinção da PIDE/DGS e foi deputado à Assembleia Constituinte pelo círculo eleitoral de Beja.
João Honrado assumiu durante anos a direcção do jornal “Reforma Agrária” e em 1980 interveio junto dos municípios do distrito de Beja para que fosse criada a primeira Associação de Municípios do país para que esta adquirisse o título do “Diário do Alentejo”, que se encontrava em situação de falência.
Posteriormente participou na fundação da Cooperativa Cultural Alentejana e o jornal “Alentejo Popular”. Tem vários livros publicados e inúmeros artigos dispersos em jornais regionais.
O corpo está em câmara ardente na Casa Mortuária de Beja até às 15h00 de hoje, seguindo depois para Ferreira do Alentejo, onde será cremado.