Placard publicitário no Peru transforma humidade em água potável
Uma universidade e uma agência publicitária desenvolveram um placard que transforma humidade em água e colocaram-no numa zona seca perto dos Andes.
“A água que temos nas nossas casas está contaminada. Aqui [no placard] temos uma água de qualidade, que podemos utilizar sem medo”, diz Francisco Quilca, um segurança de 52 anos, à agência noticiosa AFP. Francisco Quilca e a mulher vivem em Bujama, uma aldeia que fica a 80 quilómetros a sul da capital do Peru.
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“A água que temos nas nossas casas está contaminada. Aqui [no placard] temos uma água de qualidade, que podemos utilizar sem medo”, diz Francisco Quilca, um segurança de 52 anos, à agência noticiosa AFP. Francisco Quilca e a mulher vivem em Bujama, uma aldeia que fica a 80 quilómetros a sul da capital do Peru.
Esta região situada entre a costa do Peru e o início dos Andes, na América do Sul, tem um clima seco. No entanto, a humidade no ar atinge os 80%. Investigadores da Universidade de Engenharia e Tecnologia em Lima e a agência de publicidade Mayo Peru DraftFCB resolveram unir-se para lutar contra a falta de água.
“O painel retém a humidade no ar e transforma-a em água. É tão simples quanto isso”, diz Jessica Ruas, a porta-voz da universidade, citada pela BBC News. “Há muita água. Está ali toda no oceano, mas não é boa para consumir, e custa muito dinheiro a ser processada.”
No placard de 15 metros de altura lê-se uma frase elucidativa: “Um placard publicitário que produz água para beber a partir do ar.” Dentro do placard existem cinco aparelhos que extraem a água que existe no ar a partir de um condensador e filtros. Depois, a água fica acumulada num tanque por cima do placard. Um cano e uma torneira permitem a qualquer um retirar água do sistema que já produziu ao todo 9000 litros.
O sistema funciona a energia eléctrica, embora os fabricantes desejem, no futuro, utilizar painéis solares associados ao placard para dar energia. O aparelho interno custa 920 euros. A ideia é única, dizem os fabricantes, e funciona desde que haja 30% de humidade no ar. “Contactaram-nos da Índia, do Gana, do México, da Síria para reproduzirmos o sistema nesses países”, disse Alejandro Aponte, director criativo da agência, à agência noticiosa AFP.