Caiu um ponto no colo de Portugal em Israel

A selecção nacional esteve em vantagem, permitiu a reviravolta e chegou ao empate já em tempo de compensação. As contas do apuramento para o Mundial 2014 estão mais complicadas.

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Jack Guez /AFP

Era difícil imaginar um início de jogo mais favorável. Aos 2’, Portugal beneficiou de um canto e Bruno Alves beneficiou de um cruzamento perfeito de Miguel Veloso para, de cabeça, inaugurar o marcador. Na primeira oportunidade do jogo, a selecção portuguesa chegava à vantagem, com os benefícios que daí poderiam advir.

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Era difícil imaginar um início de jogo mais favorável. Aos 2’, Portugal beneficiou de um canto e Bruno Alves beneficiou de um cruzamento perfeito de Miguel Veloso para, de cabeça, inaugurar o marcador. Na primeira oportunidade do jogo, a selecção portuguesa chegava à vantagem, com os benefícios que daí poderiam advir.

O problema é que, em vez de controlar o meio-campo e aguardar, pacientemente, que Israel, obrigado a atacar, expusesse as suas fragilidades, a equipa de Paulo Bento quase adormeceu. O ritmo baixou, o adversário começou a pressionar mais alto e a conseguir mais recuperações de bola no meio-campo português.

Numa delas, chegou ao empate, com a mesma eficácia que Portugal revelara no arranque da partida. No primeiro remate à baliza de Rui Patrício, Hemed – avançado de vastos recursos – rematou com classe. Shpungin subiu pela direita, nas costas de Coentrão, cruzou para um ressalto nas pernas de Ben Basat e Hemed fez o resto: remate à meia-volta, 1-1.

De novo obrigado a tomar as rédeas do jogo, Portugal perdeu-se num mar de dificuldades. Com os sectores demasiado desligados (a distância entre o meio-campo e o ataque no processo ofensivo era imensa), esbarrava numa defesa de cinco homens capaz de anular as diagonais de Ronaldo e as deslocações de Postiga.

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A excepção aconteceu aos 33’, quando o avançado do Saragoça se desmarcou após passe de Meireles e, depois de cair no relvado, se levantou a tempo de ainda acertar no poste. Doze minutos depois, voltaria a estar na cara de Aouate, mas desta vez deixou-se antecipar antes de conseguir rematar.

Um pouco antes (40’) já Israel tinha chegado à vantagem, numa perda de bola a meio-campo que ressaltou no calcanhar de Hemed antes de cair nos pés de Ben Basat, que foi bem mais eficaz do que Postiga na altura de alvejar a baliza.

Um ricochete feliz

O jogo já tinha dado uma cambalhota, mas Paulo Bento manteve tudo na mesma no reatamento. Sem soluções pelas alas (Coentrão e João Pereira nunca conseguiram ganhar a linha de fundo para cruzar), sem velocidade no miolo, sem poder de fogo de fora da área, a baliza de Aouate parecia uma miragem.

E o terceiro golo israelita deixou-a ainda mais desfocada. Num lance muito parecido com o do golo português, Rami Gershon aproveitou a apatia de Bruno Alves e um erro de cálculo de Rui Patrício para cabecear facilmente na pequena área, aos 70’.

Quando tudo parecia desmoronar-se, Portugal ainda reagiu. Praticamente no lance que se seguiu, João Moutinho descobriu Ronaldo, que conseguiu finalmente soltar-se das amarras defensivas israelitas e assistir Hélder Postiga para o 3-2. Foi o 25.º golo do avançado pela selecção e, ainda que timidamente, voltou a dar esperanças a Paulo Bento.

Mas a sorte ainda tinha um encontro marcado com os portugueses. Já em tempo de compensação, Fábio Coentrão (que, de cabeça, já tinha acertado ao de leve na barra) transformou um ricochete israelita no empate de Portugal. Carlos Martins cruzou, Hugo Almeida desviou para a trave e, no ressalto, a tentativa de alívio dos centrais ressaltou na perna esquerda do lateral do Real Madrid e acabou no fundo da baliza.

Com o 3-3 final, Portugal continua com os mesmos pontos (agora são oito) que Israel no segundo lugar do Grupo F, liderado de forma destacada pela Rússia. Na próxima terça-feira, a selecção nacional, que não ganha há cinco jogos, volta a ter mais uma oportunidade de emendar a mão, no Azerbaijão.