Modelo de polícia militar e civil custa aos contribuintes 145 milhões de euros ano
Fusão da PSP e GNR permitiria reduzir em 50% o número de quadros dirigentes.
Nas conclusões do seminário “Desafios da Segurança em Portugal”, onde foi defendida uma polícia única civilista, o superintende José Torres, director nacional adjunto da PSP, disse que o custo mínimo anual da opção corrente pelo sistema dual (PSP e GNR) é de 145 milhões de euros.
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Nas conclusões do seminário “Desafios da Segurança em Portugal”, onde foi defendida uma polícia única civilista, o superintende José Torres, director nacional adjunto da PSP, disse que o custo mínimo anual da opção corrente pelo sistema dual (PSP e GNR) é de 145 milhões de euros.
A direcção nacional da PSP e o Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna (ISCPSI) organizaram um seminário de dois dias em Lisboa para debater o actual modelo de segurança interna.
O director nacional adjunto da PSP apresentou as conclusões dos trabalhos, sublinhando que um sistema de polícia única implicaria “ganhos operacionais e económicos” e que “a abolição do sistema dual será uma inevitabilidade”.
O superintendente José Torres falou também de um estudo recentemente entregue ao ministro da Administração Interna, que defende que a fusão da PSP, GNR e Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) representaria “ganhos relevantes no plano económico e financeiro”.
Segundo o estudo, um processo dessa natureza permitiria uma redução de 50% do número de quadros dirigentes, a eliminação de 47% das estruturas superiores e intermédias e a diminuição de cerca de 40% do pessoal policial afecto ao apoio operacional.
O director nacional adjunto da PSP disse igualmente que no seminário foi defendido que há uma tendência para desmilitarizar a segurança interna em todo o mundo ocidental.
Por outro lado, adiantou, se a opção for sempre no modelo dual, "as forças de segurança terão que deter todas as valências necessárias".
Na abertura dos trabalhos, na quinta-feira, o secretário de Estado Adjunto do ministro da Administração Interna disse que o actual modelo de organização das polícias está estabilizado e “mudanças radicais neste sector são sempre garantia de resultados desastrosos”.
“Temos um modelo que está estabilizado, naturalmente que este modelo deve e terá que ter ajustes, mas não será de maneira nenhuma posto em causa nos seus fundamentos”, afirmou Juvenal Silva Peneda.
Durante o seminário foram ainda apresentados os casos da Áustria e Bélgica, onde existe uma polícia única integral, e da França e Espanha, que têm o sistema dual de polícias.