A Caça
A “rede social” no seu esplendor: quase sem mostrar computadores (mas é por um deles que chega a imagem pornográfica que influencia o delírio da garota), e mergulhado numa bolsa nórdica cheia de arcaísmos e atavismos (como rituais de passagem, entre outros), Vinterberg faz o filme que se calhar o Social Network de Fincher devia ter sido, mostrando o horror do momento em que na “comunidade” desperta uma irreprimível vocação patrulheira e acusatória. Cercado por uma diabólica progressão de dislikes, o pobre Lucas está condenado ao inferno da exclusão, só metaforicamente mais suave do que o linchamento pela forca que o esperaria se isto fosse um western (que, em parte, é: a “rede social” também funciona por suspensão da Lei, mesmo se a suspende em nome da própria Lei). Duro e desesperado (o final é um sonho, não?), A Caça passa uma esponja sobre a tralha que Vinterberg pôs cá fora desde A Festa. E mesmo em relação a esse filme - cuja memória, confessamos, se desvaneceu bastante - parece haver uma diferença de monta: A Caça é um filme de um homem adulto, quer dizer, sozinho.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A “rede social” no seu esplendor: quase sem mostrar computadores (mas é por um deles que chega a imagem pornográfica que influencia o delírio da garota), e mergulhado numa bolsa nórdica cheia de arcaísmos e atavismos (como rituais de passagem, entre outros), Vinterberg faz o filme que se calhar o Social Network de Fincher devia ter sido, mostrando o horror do momento em que na “comunidade” desperta uma irreprimível vocação patrulheira e acusatória. Cercado por uma diabólica progressão de dislikes, o pobre Lucas está condenado ao inferno da exclusão, só metaforicamente mais suave do que o linchamento pela forca que o esperaria se isto fosse um western (que, em parte, é: a “rede social” também funciona por suspensão da Lei, mesmo se a suspende em nome da própria Lei). Duro e desesperado (o final é um sonho, não?), A Caça passa uma esponja sobre a tralha que Vinterberg pôs cá fora desde A Festa. E mesmo em relação a esse filme - cuja memória, confessamos, se desvaneceu bastante - parece haver uma diferença de monta: A Caça é um filme de um homem adulto, quer dizer, sozinho.