MyFarm.com é uma horta real

Ter uma horta virtual já não é o que era. Hoje em dia, já é possível ter uma e cultivá-la na vida real

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"MyFarm.com" é um projecto português que transforma o jogo "Farmville" numa actividade real. Ou seja, o utilizador tem a possibilidade de gerir uma horta virtual que será cultivada pelo seu gestor de cliente. Os legumes colhidos são levados a casa dos clientes e as entregas são feitas semanalmente.

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"MyFarm.com" é um projecto português que transforma o jogo "Farmville" numa actividade real. Ou seja, o utilizador tem a possibilidade de gerir uma horta virtual que será cultivada pelo seu gestor de cliente. Os legumes colhidos são levados a casa dos clientes e as entregas são feitas semanalmente.

O projecto "MyFarm.com" foi criado em Abril de 2012 por seis estudantes do último ano de licenciatura na Escola Superior Agrária, do Instituto Politécnico de Beja (IPB). O IPB lançou um desafio aos seus alunos, que tinha como objectivo reuni-los para discutir novas formas de negócio.

Luís Luz, professor do IPB e responsável pelo projecto, disse ao JPN que, embora existam variedades enormes de produtos e serviços que garantem qualidade, "nenhum deles permite controlar os alimentos, de forma simples e prática, desde a horta até ao nosso prato".

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Como manter a horta virtual?

Desta forma, para cultivar uma horta, o utilizador tem de aceder ao site "MyFarm.com", registar-se e entrar numa área exclusiva. A partir daí, os clientes têm de acumular pontos (cada ponto equivale a 10 cêntimos). "Os clientes carregam pontos na sua conta, que vão sendo debitados à medida que são efectuadas operações na sua horta (incluindo a colheita e a entrega dos produtos).

Para além disso, no projeto-piloto, os clientes pagam um valor mensal de 25 euros (250 pontos) pela assistência técnica que lhes damos", diz Luís. Depois do registo, o "cyber-agricultor" pode começar a criar a sua horta virtual, semeando os produtos hortícolas que são disponibilizados conforme a época do ano.

Durante o processo, vão surgindo informações relativas à produção esperada, aos custos da operação de sementeira e às possíveis datas de colheita. No final, as informações são passadas ao gestor de cliente que implementa a teoria no terreno, num prazo de três dias úteis ou quando as condições climatéricas o permitirem.

Projecto será alargado ao estrangeiro

Ao longo do projecto, os criadores têm feito "questionários aos clientes, quer sobre a forma como o projecto está a decorrer, quer sobre a qualidade e quantidade dos legumes". Para Luís Luz, "este feedback tem sido bastante positivo e pedagógico, pois tem permitido corrigir e adaptar o modelo de negócio às necessidades que vão surgindo por parte dos clientes". E, ao que parece, os clientes estão satisfeitos, "quer relativamente à produção, quer à qualidade dos legumes".

Em Abril de 2012, o projecto-piloto começou com 20 clientes e, "na época de Primavera/Verão houve uma colheita superior a cinco toneladas de legumes". Segundo o professor do IPB, actualmente, está a decorrer o "início da época de colheita das culturas Outono/Inverno". Nesta altura, "disponibilizámos cerca de 30 culturas aos nossos clientes", entre várias espécies de legumes, desde couves, alhos, nabos, alfaces, cenouras e ervas aromáticas.