Troika vai dar mais um ano a Portugal para cumprir o défice
Reuters avança que os credores internacionais vão estender o prazo até 2015 para que o país possa cumprir as metas do défice.
"Há um grande esforço de ajustamento, que tem de ser reconhecido. Há um consenso (entre os credores) que a situação externa piorou e que Portugal precisa de mais um ano para reduzir o seu défice para valores inferiores aos 3%", diz a fonte citada pela Reuters.
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"Há um grande esforço de ajustamento, que tem de ser reconhecido. Há um consenso (entre os credores) que a situação externa piorou e que Portugal precisa de mais um ano para reduzir o seu défice para valores inferiores aos 3%", diz a fonte citada pela Reuters.
Os representantes da troika – que reúne Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional – estão em Lisboa para concluir a sétima avaliação do programa de ajustamento. Após esta avaliação, poderão recomendar a suavização de algumas metas.
"Este objectivo [do défice] será atingido em 2015. A recessão neste ano de 2013 será maior, cerca de 2%, o que fará com que a execução orçamental seja mais difícil", adiantou a mesma fonte. O Ministério das Finanças, liderado por Vítor Gaspar, não quis comentar.
O Governo já tinha dito que necessitaria de mais um ano para reduzir o défice devido ao agravamento da situação económica. Há um mês, foi anunciado que a contracção do PIB seria pior do que a esperada, passando de 1% para 1,9%.
De acordo com que estava planeado, Portugal tem de cortar o défice para 4,5% do PIB neste ano, quando no ano passado a meta era de 5%, e atingir 2,5% em 2014. "A recessão na Europa é um dado importante e é por isso que a troika se mostra flexível", adianta outra fonte, acrescentando que as contas externas de Portugal estão a ajustar-se de forma mais rápida dos que as previstas no programa de ajustamento.
No sábado, em declarações ao Expresso, o presidente da Comissão Europeia confirmou que um dos resultados da sétima avaliação da troika que está a decorrer em Lisboa será o alargamento em um ano do prazo dado a Portugal para colocar o défice público em 3%.
O pedido já tinha sido tornado público no mês passado por Vítor Gaspar e as declarações de vários responsáveis em Bruxelas, incluindo o comissário europeu para os assuntos económicos e financeiros, Olli Rehn, apontavam para que o desfecho das negociações fosse positivo.