Campos Costa Arquitectos: o atelier anti-catálogo entre os melhores da Europa em 2012
Prémio 40 under 40 distingue os talentos emergentes na Europa com menos de 40 anos. Em 2012 só houve um português na lista
Quer fazer tudo menos ser um “arquitecto de catálogo”. Quer criar, trabalhar directamente com a indústria e apresentar respostas diferentes. Pedro Campos Costa é o único português entre os vencedores do prémio 40 under 40 em 2012, que distingue anualmente os talentos emergentes da Europa com menos de 40 anos na área da Arquitectura.
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Quer fazer tudo menos ser um “arquitecto de catálogo”. Quer criar, trabalhar directamente com a indústria e apresentar respostas diferentes. Pedro Campos Costa é o único português entre os vencedores do prémio 40 under 40 em 2012, que distingue anualmente os talentos emergentes da Europa com menos de 40 anos na área da Arquitectura.
O caminho que escolheu para o atelier que criou em 2007, Campos Costa Arquitectos, não foi, de todo, o mais simples: querem “re(inovar) a tradição” e recuperar opções tradicionais que já eram sustentáveis há anos atrás. Por outras palavras: “Ir para a frente olhando para trás”, explicou ao P3 o arquitecto.
Por isso, sempre que podem, trabalham com “materiais pobres”, como o cartão e a cortiça, e optam por soluções sustentáveis, a nível social, cultural e ambiental. Isto apesar de a resistência por parte dos clientes ser ainda grande: “As pessoas desconfiam do material e têm medo de arriscar.”
A extensão do Oceanário de Lisboa é para Pedro Campos Costa um bom exemplo da filosofia que quer ver o atelier seguir: um trabalho desenvolvido em parceria com a indústria para uma solução certeira. Mas há outros projectos que exemplificam a linha que tenta seguir: o CaCo, feito de papelão e cortiça, ou a Casa não Casa.
É já com o prémio 40 Under 40 no currículo que o arquitecto de 40 anos vai estar em Hong Kong, no dia 21 deste mês, a apresentar uma exposição com o seu trabalho, chamada “R(innovative) Tradition”. Em Abril é a vez de Macau conhecer o trabalho do português, no evento This is my city – 2013, promovido pela associação cultural +853 e apoiado pela DGArtes, na galeria do albergue SCM com os designers lusos Lines Lab, sediados em Macau.
Trabalhar como arquitecto em Portugal actualmente não é simples. Mas já não o era em 2007, quando Pedro Campos Costa decidiu avançar para a criação do seu projecto pessoal, depois de sete anos a trabalhar no atelier Promontorio, em Lisboa. “Os arquitectos viveram sempre em crise. O pior desta crise é mesmo o ambiente depressivo com que se convive todos os dias. É muito difícil.”
A equipa — que conta com quatro pessoas fixas, dois sócios e alguns colaboradores — está neste momento a trabalhar na reabilitação de um hotel em Tavira, para o grupo Gracer, no mercado da Quarteira, que deve arrancar em breve, e ainda num centro de escritórios, em Castro Verde.
O prémio atribuído pelo European Centre for Architecture Art Design and Urban Studies junta-se à lista de galardões com que o atelier tem vindo a ser premiado, quase sempre fora do país. É apenas uma “palmadinha nas costas”, admite o arquitecto formado na Universidade do Porto, mas um incentivo para continuar: “Continuamos o nosso percurso da mesma forma, mas é melhor continuar com o prémio do que sem ele.”