Ensino Superior: abandono até Dezembro semelhante ao do ano anterior
O número de universitários que, até ao passado dia 31 de Dezembro, decidiu deixar de estudar é semelhante ao valor registado em todo o ano lectivo anterior
Um estudo sobre abandono escolar, no Ensino Superior, revela não estar a haver uma saída em massa de estudantes, de acordo com coordenador do trabalho, sublinhando o trabalho feito pelas universidades para ajudar os alunos a terminarem o curso.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Um estudo sobre abandono escolar, no Ensino Superior, revela não estar a haver uma saída em massa de estudantes, de acordo com coordenador do trabalho, sublinhando o trabalho feito pelas universidades para ajudar os alunos a terminarem o curso.
O número de universitários que, até ao passado dia 31 de Dezembro, decidiu deixar de estudar é semelhante ao valor registado em todo o ano lectivo anterior, revelou à Lusa João Queiroz, coordenador do estudo do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP).
“Fizemos um levantamento que nos dá um panorama muito bom: temos os dados da quase totalidade das faculdades das universidades portuguesas, e percebemos que o número de abandono se mantém semelhante ao registado no ano [lectivo] passado”, contou o reitor da Universidade da Beira Interior (UBI) e coordenador do trabalho sobre níveis de abandono.
Segundo João Queiroz, “os números deste ano são ligeiramente inferiores aos registados nos anos anteriores”. No entanto, o reitor da UBI sublinhou que os dados de 2012/2013 dizem respeito apenas aos casos de alunos que informaram as universidades, até ao passado dia 31 de Dezembro, enquanto os números relativos ao ano lectivo de 2011/2012 se reportam a todo o ano lectivo.
Sem querer avançar números concretos, o responsável lembrou que o estudo se refere apenas aos que avisaram da sua saída da instituição. Além destes, “existem muitos outros alunos que não dizem nada, que simplesmente deixam de ir às aulas”.
Casos de desistência
O estudo apresenta algumas recomendações sobre esta matéria. Na UBI, qualquer aluno que informe os serviços que vai deixar de estudar “é contactado pessoalmente pelo provedor do estudante, para se perceberem as razões e causas da saída”, exemplificou o coordenador do trabalho.
Uma grande percentagem de alunos deixa de estudar por razões económicas, e Joao Queiroz acredita que os casos de desistência só não são mais preocupantes porque as universidades estão a trabalhar nesse sentido: “Não há um maior abandono porque as universidades arranjaram fundos de apoio social para ajudar os alunos, não apenas os bolseiros, mas também os que têm dificuldades”.
Apesar dos alertas sobre as dificuldades que muitas famílias estão a passar para conseguir manter os filhos no ensino superior, o reitor da Beira Interior diz que se nota que “há um número muito significativo de alunos que já não se inscreve no 2,º ciclo”. Segundo o professor, assim que terminam os primeiros três anos da licenciatura, os estudantes deixam de estudar.
O estudo coordenado por João Queiroz será apresentado na próxima terça-feira, em plenário do congresso de reitores. A iniciativa de realizar uma avaliação dos casos de abandono no ensino superior foi anunciada no início do ano pelo presidente do CRUP.