Refugiados sírios são já mais de um milhão
A Síria "entrou numa espiral de catástrofe absoluta" diz António Guterres, revelando que metade dos que foram obrigados a fugir à violência são crianças.
Na semana passada, o ACNUR tinha já avisado que a situação no terreno ultrapassava as suas piores previsões e que a barreira do milhão de refugiados, prevista para meados do ano, seria atingida muito em breve. Com os combates entre o Exército de Assad e as forças rebeldes a alastrarem e a tornar-se ainda mais encarniçados, o fluxo de refugiados aumentou “de forma dramática” desde o início do ano, calculando-se que mais de 400 mil pessoas tenham fugido do país em apenas dois meses.
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Na semana passada, o ACNUR tinha já avisado que a situação no terreno ultrapassava as suas piores previsões e que a barreira do milhão de refugiados, prevista para meados do ano, seria atingida muito em breve. Com os combates entre o Exército de Assad e as forças rebeldes a alastrarem e a tornar-se ainda mais encarniçados, o fluxo de refugiados aumentou “de forma dramática” desde o início do ano, calculando-se que mais de 400 mil pessoas tenham fugido do país em apenas dois meses.
“Com um milhão de pessoas em fuga, milhões de deslocados dentro do país e milhares a atravessar as fronteiras todos os dias, a Síria entrou numa espiral de catástrofe absoluta”, afirma António Guterres no comunicado divulgado nesta sexta-feira, no qual refere que haverá meio milhão de crianças entre os que são forçados a deixar o país para trás, “na sua maioria com menos de 11 anos”. Quem chega aos campos de refugiados está traumatizado pela violência, perdeu tudo o que tinha e muitas vezes viu morrer familiares próximos, acrescenta.
No texto, o alto-comissário elogia o “compromisso generoso” dos países vizinhos no acolhimento à população síria, mas avisa que a sua capacidade de resposta está “perigosamente” próxima dos limites.
Dá como o exemplo o Líbano, que nos últimos meses recebeu um terço de todos os refugiados, o que aumentou a sua população residente em 10%. A Turquia, que acolhe mais de 180 mil sírios, gastou já 600 milhões de dólares a montar e gerir 17 campos de refugiados. Na terça-feira, o rei da Jordânia, país que acolheu também mais de 300 mil pessoas, pediu à comunidade internacional que ajude os países da região a enfrentar o “tremendo fardo” que enfrentam para dar auxílio aos refugiados.
Num sinal de que a situação continua a agravar-se, a agência de notícias jordana revelou que, só na terça-feira, entraram no país 2257 pessoas.
"Esta tragédia tem de ser parada", pede o alto-comissário, exortando a comunidade internacional a ultrapassar a paralisia dos últimos dois anos e a ser generosa com os que perderam tudo na guerra. O ACNUR, afirmou, só tem 25% do financiamento de que necessita para alimentar, tratar e dar abrigo aos refugiados