Santos Pereira diz aos trabalhadores da TAP que nunca viveu em Toronto
Ministro da Economia reagiu com ironia ao protesto dos trabalhadores da TAP.
“As pessoas que fizeram isso não fizeram o seu trabalho de casa. Eu nunca vivi em Toronto, Toronto é a quatro mil quilómetros de onde vivi. Acho que se enganaram no sítio”, disse Álvaro Santos Pereira aos jornalistas no Ministério da Economia no final de um encontro com o comissário europeu Antonio Tajani, responsável pela indústria e empreendedorismo.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
“As pessoas que fizeram isso não fizeram o seu trabalho de casa. Eu nunca vivi em Toronto, Toronto é a quatro mil quilómetros de onde vivi. Acho que se enganaram no sítio”, disse Álvaro Santos Pereira aos jornalistas no Ministério da Economia no final de um encontro com o comissário europeu Antonio Tajani, responsável pela indústria e empreendedorismo.
Cerca de duas dezenas de trabalhadores da TAP deslocaram-se ao ministério da Economia, perto do Largo do Camões, em Lisboa, para entregar a Álvaro Santos Pereira um bilhete só de ida para Toronto, um acto simbólico para mostrar o descontentamento perante as políticas do Governo.
Aos jornalistas, o ministro da Economia disse que o executivo continuará a trabalhar para fazer da TAP uma empresa “viável a médio e longo prazo”. “Nada nos irá demover de fazermos essa reestruturação”, disse, declarando que continuarão a existir conversas com a administração e os sindicatos da transportadora aérea.
Na concentração no Largo de Camões, o presidente da Comissão de Trabalhadores da TAP, Vítor Baeta, disse que no último ano saíram da companhia aérea cerca de uma centena de técnicos e que receia que o número vá aumentar com os cortes salariais que a empresa começou a aplicar, em Fevereiro, por ordem do executivo.
Segundo a companhia liderada por Fernando Pinto, no último ano, saíram da TAP 38 técnicos de manutenção e 20 pilotos, que optaram por emigrar.
Descontentamento dos cidadãos é “natural”
Reagindo às manifestações de sábado contra a austeridade, Alvaro Santos Pereira disse compreender o descontentamento dos cidadãos numa altura em que se vive em Portugal e na Europa “a maior crise das últimas décadas”.
Álvaro Santos Pereira reiterou que o Governo está empenhado em “lançar as bases do crescimento económico”. “Nada é mais importante que termos apoios fortes ao crescimento, apoios fortes ao emprego”, sublinhou, destacando o conciliar de ideias com Bruxelas nesta matéria.