BIC Angola paga 30 milhões pelo BPN-IFI Cabo Verde

O grupo liderado por Fernando Teles investiu menos 10 milhões de euros pela compra da operação cabo-verdiana do que tinha pago pelo BPN em Portugal.

Foto
Banco liderado por Fernando Teles também quer operação no Brasil Nuno Ferreira Santos

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A decisão foi comunicada esta quinta-feira à instituição angolana, que irá agora absorver o BPN-IFI, uma plataforma de negociação de títulos e colocação de depósitos. 
 

Após a nacionalização do BPN, em 2008, o BPN-IFI ficou integrado nas sociedades-veículo estatais (Parvalorem, Parups e Parparticipações) que assumiram os "activos tóxicos" do banco que foi entretanto privatizado. Em 2012, o Estado vendeu ao BIC Portugal 100% do BPN por 40 milhões de euros, mais 10 milhões do que o BIC Angola pagou pelo BPN-IFI Cabo Verde. <_o3a_p>

O BIC Angola, liderado por Fernando Teles, já tinha solicitado autorização às autoridades cabo-verdianas para ter uma licença de abertura de um banco comercial no arquipélago africano. A entrada do BIC no mercado financeiro cabo-verdiano inscreve-se na estratégia de expansão nos mercados africanos, designadamente na Namíbia e no Zimbabwe. <_o3a_p>

Angola está já presente no mercado cabo-verdiano através da Sonangol (que tem 38% da Enacol, parceira da Galp), do Banco Africano de Investimentos (BAI) e da Unitel. A Sonangol possui ainda 5% da CV Telecom, uma associação com a PT, e é o maior accionista do BAI. Já a Unitel controla a operadora móvel cabo-verdiana T+, a que está ligada Isabel dos Santos.<_o3a_p>

O Governo português tem ainda em mãos uma proposta de compra do BPN-Brasil entregue pelo BIC Portugal. O grupo BIC é detido por quadros bancários associados a Américo Amorim e à empresária angolana Isabel dos Santos, ambos com 25% do capital.