E se a estrada mudasse de cor quando há gelo?
Universidade do Minho cria pavimento que fica avermelhado quando há gelo na estrada. Tecnologia também permite eliminar manchas de óleo
Uma equipa da Universidade do Minho (UM) desenvolveu um pavimento que muda de cor quando se forma gelo na sua superfície. Esta tecnologia poderá evitar acidentes e vítimas nas estradas de todo o mundo, anunciou esta terça-feira a instituição.
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Uma equipa da Universidade do Minho (UM) desenvolveu um pavimento que muda de cor quando se forma gelo na sua superfície. Esta tecnologia poderá evitar acidentes e vítimas nas estradas de todo o mundo, anunciou esta terça-feira a instituição.
O pavimento especial consegue ainda retirar manchas de óleo da via. Segundo a UM, esta “inovação mundial” deve-se à introdução de nano-compósitos à base de óxidos nos pavimentos tradicionais.
Joaquim Carneiro, do Centro de Física da Escola de Ciências da UM e líder do projecto, explicou que quando a temperatura baixa ao ponto de congelação da água (0ºC) é produzida uma reacção que leva o asfalto a adquirir a cor vermelha. “Os condutores conseguem, assim, visualizar as zonas encarnadas em que se formam as placas de gelo e tomam as devidas precauções”, disse ainda.
Limpar manchas de óleo
Além disso, as minúsculas partículas à base de óxidos têm a capacidade de limpar o próprio asfalto. Reagem quimicamente com o óleo que sai dos veículos em acidentes ou em derrames no asfalto, degradando o óleo e convertendo-o em dióxido de carbono e água
A pesquisa de Joaquim Carneiro foi apresentada numa conferência internacional e “já despertou o interesse” dos governos da Finlândia e Portugal.
Depois das provas laboratoriais na UM, será agora testada em ambiente real, numa auto-estrada da região Centro, cujas condições de rigor climático, altitude, humidade e temperatura são consideradas propícias.
“Acreditamos que os testes vão ser positivos e a implementação deste ‘asfalto inteligente’ será uma realidade a médio prazo, promovendo a prevenção rodoviária e evitando acidentes em todo o mundo, em especial nas regiões frias e montanhosas, como a Escandinávia, o Canadá, a Rússia ou os Andes”, disse Joaquim Carneiro.
O seu próximo projecto incide na utilização de fibras de carbono que alertem para a formação de fissuras no asfalto, de forma a que sejam detectadas e reparadas mais rapidamente.