Eleições fazem subir juros na emissão de dívida italiana
Os juros da dívida italiana subiram na emissão de 6500 milhões de euros em dívida a cinco e dez anos. Mas procura pode ser razão para optimismo.
Apesar da pressão, o Tesouro italiano conseguiu colocar no mercado primário (emissão de dívida) a totalidade dos 6500 milhões de euros. Mas, no caso dos 4000 milhões de euros em Obrigações do Tesouro a dez anos, os juros dispararam dos 4,17% de Janeiro para os 4,83% registados nesta quarta-feira. Já os juros dos 2500 milhões de euros em dívida a cinco anos subiram para os 3,59%, frente aos 2,94% do último leilão com esta maturidade, também em Janeiro.
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Apesar da pressão, o Tesouro italiano conseguiu colocar no mercado primário (emissão de dívida) a totalidade dos 6500 milhões de euros. Mas, no caso dos 4000 milhões de euros em Obrigações do Tesouro a dez anos, os juros dispararam dos 4,17% de Janeiro para os 4,83% registados nesta quarta-feira. Já os juros dos 2500 milhões de euros em dívida a cinco anos subiram para os 3,59%, frente aos 2,94% do último leilão com esta maturidade, também em Janeiro.
Em todo o caso, os juros não aumentaram tanto como o esperado, explica à Bloomberg Owen Callan, analista de mercados no Danske Bank. Face à “forte procura” pelas Obrigações do Tesouro a dez anos, diz Callan, a ideia de que a confiança dos investidores se está a desintegrar em relação à Itália “pode ser exagerada”.
De facto, depois de terem atingido um máximo de 4,939% de juros na dívida a dez anos, o mercado secundário atenuou a pressão sobre a dívida italiana e, por volta das 11h55, os juros baixaram para os 4,807%, segundo a Reuters.
Michael Leister, especialista no mercado obrigacionista do Commerzbank, de Londres, afirmou à Reuters que o leilão italiano “foi muito forte em todos os aspectos, olhando para a procura e para o preço”.
Pier Luigi Bersani, de centro-esquerda, conseguiu assegurar a maioria na Câmara dos Deputados nas eleições de domingo. No entanto, Bersani vê-se agora forçado a tentar uma coligação para assegurar o controlo do Senado, que, em Itália, tem tanto poder como a Câmara dos Deputados.
Mas as eleições de domingo resultaram num mapa político em que nenhuma coligação parece ter segurança o suficiente para se aguentar.
Para além do mais, face à pesada derrota sofrida por Mario Monti, primeiro-ministro demissionário em Itália que conseguiu apenas 10% dos votos, os mercados viram cair o seu candidato favorito. Os fracos resultados de Monti, que accionou o programa de reformas estruturais e de austeridade desejado por Bruxelas e pelos credores, foram também o espelho do sentimento do eleitorado italiano face às políticas económicas europeias.