Luís Gomes, o tenor português que vai trabalhar na Royal Opera House de Londres

Tenor de 25 anos estuda na National Opera Studio, uma instituição que serve de laboratório para as mais importantes casas de ópera no Reino Unido

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É tenor, tem 25 anos e está a construir uma carreira internacional no mundo da ópera. Luís Gomes está a estudar na National Opera Studio (NOS), uma instituição que serve de laboratório para as mais importantes casas de ópera no Reino Unido. Em Setembro de 2013 vai começar a trabalhar na Royal Opera House, em Londres. “Estou confiante e ansioso por começar”, confessou ao P3.

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É tenor, tem 25 anos e está a construir uma carreira internacional no mundo da ópera. Luís Gomes está a estudar na National Opera Studio (NOS), uma instituição que serve de laboratório para as mais importantes casas de ópera no Reino Unido. Em Setembro de 2013 vai começar a trabalhar na Royal Opera House, em Londres. “Estou confiante e ansioso por começar”, confessou ao P3.

O jovem cantor lírico começou aos 11 anos a estudar música em Portugal, sob a orientação de João Paulo Reya. Anos depois ingressou no Conservatório e seguiu para Londres em 2008, para a Guildhall School of Music and Drama, onde concluiu, em Julho de 2012, o seu Mestrado em Ópera.

A música esteve sempre presente na sua vida. “Desde muito cedo que quis seguir uma carreira musical, desde que me lembro de ser gente que a música tem grande importância na minha vida”, esclareceu.

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Luís Gomes no papel de Jenik da opera The Bartered Bride, uma produção da British Youth Opera em Setembro de 2012 DR

O dia-a-dia de um tenor

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Luís Gomes no papel de Jenik da opera The Bartered Bride, uma produção da British Youth Opera em Setembro de 2012 DR

“Este é um trabalho muito específico que não obedece necessariamente a uma rotina”, avançou o artista. Mas a vida de um estudante na NOS tem regras. Luís Gomes tem “várias sessões de trabalho com os mais diversos profissionais da área todos os dias da semana”.

Acordar cedo e chegar com antecedência ao local de trabalho são metas que o tenor cumpre todos os dias, “para aquecer a voz para um dia intenso”, descreveu. Entre aquecimentos vocais e cantos, o dia passa e, no final, é preciso “preparar para o dia seguinte, aprender novo repertório, fazer o treino técnico pessoal”.

Luís equipara o seu trabalho ao de um actor: “É preciso fazer traduções e estudar o texto.” Só que, para um músico, o desafio pode ser maior. Há que “estudar as línguas e a fonética das mesmas para poder transmitir da melhor forma a mensagem para o público”, indicou o tenor.

Sobre o panorama da música lírica, Luís Gomes usa a cidade londrina como o principal ponto de referência. “Eu vivo num país, felizmente, em que a publicidade a teatro, musicais e opera é constante e moderna. A publicidade da Royal Opera House nos cinemas aqui é espectacular, se eu ‘não gostasse’ de ópera de certeza que teria curiosidade em ver”, mencionou.

Para Luís, “a ópera não tem de ser um exercício intelectual para o ouvinte”, apesar de o cantor reconhecer que há música de compreensão mais difícil “para o ouvido menos treinado”.

Em relação ao preço dos bilhetes e à qualidade dos espectáculos de ópera, o tenor escolheu o futebol para uma comparação. “Já fui mais vezes à ópera do que ao futebol e paguei sempre menos”, referiu, avançando que adora futebol, mas que não se pode deixar que uma má experiência impeça a seguinte. “É difícil colocar ópera em exibição se não houver público. A ópera é o espectáculo de arte performativa mais caro”, analisou. Mas Luís deixa uma sugestão: “Se se investir na chamada de outros públicos, e ao mesmo tempo se investir também na formação auditiva desse mesmo público, a música erudita tem tudo para continuar a ser um espectáculo de excelência.”

O jovem tenor viaja no fim de Fevereiro para Glasgow, onde participará no espectáculo do NOS no Theatre Royal. Há ainda um projecto de canções com Ian Burnside em Março e as apresentações finais do NOS, em Junho. Em Março e Abril, Luís tem agendados vários espectáculos em Newcastle, Manchester e Guildford, no Reino Unido, e Rosenheim, na Alemanha. “Este Verão vou fazer [o papel de] Pinkerton na ópera 'Madame Butterfly' para o Christine Collins Young Artists, no Teatro de Opera HollandPark, e também o de Totonno em 'I Gioielli della Madonna',  na Temporada de 2013 da Opera HollandPark em Junho/Agosto.”