Governo francês desaconselha oficialmente viagens para a região do Sahel
Paris emitiu restrições à saída dos seus cidadãos para 24 destinos africanos, classificados como de elevado risco de raptos ou ataques de grupos extremistas.
Numa nova circular de “conselhos para os viajantes”, o Governo de Paris escreve que “a incapacidade dos Estados para controlar as suas vastas extensões desérticas de fronteiras arbitrárias e porosas transformou a região do Sahel e do deserto do Sara numa imensa zona onde o direito não se aplica, propícia a conflitos armados, às ambições jihadistas e ao tráfico de todos os géneros (droga, armas, automóveis roubados, medicamentos falsos, seres humanos...)”.
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Numa nova circular de “conselhos para os viajantes”, o Governo de Paris escreve que “a incapacidade dos Estados para controlar as suas vastas extensões desérticas de fronteiras arbitrárias e porosas transformou a região do Sahel e do deserto do Sara numa imensa zona onde o direito não se aplica, propícia a conflitos armados, às ambições jihadistas e ao tráfico de todos os géneros (droga, armas, automóveis roubados, medicamentos falsos, seres humanos...)”.
A circular faz-se acompanhar de um mapa, onde as zonas de risco são identificadas segundo um código de cores: os mais de sete milhões de quilómetros quadrados do Sahel estão quase todos pintados de vermelho, a cor utilizada para o nível mais elevado de perigo e onde os cidadãos franceses (e ocidentais) “estão explícita e directamente sob ameaça”, de acordo com a linguagem oficial.
Em conformidade, as autoridades francesas estabeleceram restrições oficiais à partida dos seus nacionais para os 24 destinos africanos designados como de risco máximo, e desaconselharam oficialmente as deslocações para outras zonas do Magrebe marcadas a laranja – que identifica países que revelam algum risco, pelo que só as viagens por “motivos imperativos” devem ser realizadas.
À excepção de Marrocos e da zona costeira da Tunísia, o Governo francês recomenda que os seus cidadãos não entrem no Mali, Níger, Mauritânia, Sudão e Sudão do Sul, República Centro-Africana e Chade. Países como o Benin, Togo, Guiné e Guiné Equatorial, ou Costa do Marfim também devem ser evitados. A amarelo são identificados países, caso do Senegal ou do Burkina Faso, que estão livres de restrições de viagem mas onde os turistas devem manter um grau de vigilância reforçado.
A diplomacia francesa faz revisões frequentes a este mapa: por exemplo, depois do rapto de uma família de sete pessoas, na qual se incluem quatro crianças, no Norte dos Camarões no início desta semana, a região passou imediatamente para o nível de alerta máximo vermelho.
Neste momento, há pelo menos 15 cidadãos franceses cativos em África, capturados por grupos extremistas. A França é o país com mais cidadãos sequestrados no estrangeiro.