ASAE apreende mais de 12 mil lasanhas com carne de cavalo à venda nas lojas Recheio
ASAE afirma que não é ainda possível confirmar a existência de risco para a saúde dos consumidores.
A ASAE anunciou esta quinta-feira, em comunicado, que 12.410 embalagens de uma lasanha com a marca Euro Shopper foram apreendidas numa cadeia de distribuição de retalho e que a carne encontrada tinha como origem a Roménia. A apreensão decorreu após uma notificação do Sistema Comunitário de Alerta Rápido para Alimentação para a suspeita de riscos para a saúde pública de uma lasanha de bovino contendo carne de cavalo, mas a autoridade de segurança alimentar diz que “não é ainda possível confirmar a existência de risco pelo consumo desse produto para a saúde dos consumidores”.
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A ASAE anunciou esta quinta-feira, em comunicado, que 12.410 embalagens de uma lasanha com a marca Euro Shopper foram apreendidas numa cadeia de distribuição de retalho e que a carne encontrada tinha como origem a Roménia. A apreensão decorreu após uma notificação do Sistema Comunitário de Alerta Rápido para Alimentação para a suspeita de riscos para a saúde pública de uma lasanha de bovino contendo carne de cavalo, mas a autoridade de segurança alimentar diz que “não é ainda possível confirmar a existência de risco pelo consumo desse produto para a saúde dos consumidores”.
A ASAE adianta que durante as operações de fiscalização foram ainda apreendidos 40.691 quilos de preparados de carne e produtos à base de carne numa indústria de transformação e 5666 embalagens de preparados de carne e produtos à base de carne em estabelecimentos de retalho. Estas apreensões deveram-se a "irregularidades de rotulagem". No âmbito das mesmas acções de fiscalização, e após um total de 50 análises realizadas, foram instaurados três processos-crime por fraude económica e contra-ordenações por irregularidades de rotulagem, "cujas investigações se encontram em curso".
A lasanha da marca Euro Shopper esteve à venda nas lojas do Recheio Cash&Carry, que vende produtos para restauração, hotelaria e retalho. O grupo Jerónimo Martins sublinha, através do seu gabinete de comunicação, que apenas a comercializou a lasanha “até à notificação emitida pelo Sistema Comunitário de Alerta Rápido para Alimentação” e que após a identificação do fornecedor da carne adulterada o Recheio procedeu de “forma totalmente voluntária” à recolha da lasanha. “O produto recolhido foi isolado nos dois principais armazéns de congelados do grupo, tendo ficado aí bloqueado”, acrescenta, reforçando que foi nos seus armazéns e não nas lojas que a ASAE encontrou o produto.
O El Corte Inglés, o Continente, o Minipreço/DIA, o Lidl e a Makro garantiram à agência Lusa não ter tido qualquer produto apreendido e que não comercializam a marca em causa.
Este é o segundo caso de vestígios de carne de cavalo em refeições pré-cozinhadas à venda em Portugal. Numa lasanha da Nestlé também comercializada em exclusivo para hotéis e restaurantes foi confirmada esta semana a presença da carne de equídeo, bem como em outros produtos, em "situações pontuais", como referiu a ASAE.
Os primeiros casos de presença de carne de cavalo em produtos vendidos como sendo 100% de carne de vaca surgiram em Janeiro na Irlanda, com a detecção de vestígios em hambúrgueres de marcas irlandesas e britânicas, vendidos nos supermercados Tesco, Iceland, Aldi e Lidl. Tal como na carne agora analisada em Portugal, em Inglaterra e na Irlanda confirmou-se que a carne de cavalo encontrada era proveniente da Roménia.
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) considerou, em comunicado, que que as lasanhas apreendidas pela ASAE “representam uma pequena minoria” em relação ao total de produtos vendidos no país nesta categoria. A APED afirma ainda que “o sector da distribuição está a colaborar activamente com as autoridades públicas nacionais e europeias na análise da situação”, mas reforça que foram identificados produtos em “quantidades marginais”, que “foram imediatamente retirados dos pontos de venda”.