Modelos de negócio no jornalismo online: soluções só em conjunto
Não há um modelo de negócio, há vários modelos de negócio para o jornalismo online. E muitos mais estão em aberto
Não há um modelo de negócio, há vários modelos de negócio para o jornalismo online. E muitos mais estão em aberto. Sim, o sistema de “paywall” [que separa conteúdos abertos de pagos] é uma das várias hipóteses: resta perceber em que trâmites. Certo é que as soluções (ou as respostas?) terão de ser pensadas em conjunto: entre anunciantes, jornalistas e leitores/utilizadores.
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Não há um modelo de negócio, há vários modelos de negócio para o jornalismo online. E muitos mais estão em aberto. Sim, o sistema de “paywall” [que separa conteúdos abertos de pagos] é uma das várias hipóteses: resta perceber em que trâmites. Certo é que as soluções (ou as respostas?) terão de ser pensadas em conjunto: entre anunciantes, jornalistas e leitores/utilizadores.
Foi o que se experimentou esta tarde no segundo painel da conferência "Jornalismo Online - ensino, práticas e novos modelos de negócio", organizada pelo P3, que decorreu esta quinta-feira na Fundação de Serralves. Em questão, a pergunta, a que todos os órgãos de comunicação social enfrentam actualmente: que modelos de negócio na era digital?
“Eu que consumo artigos, o que é que me faz pagar?” — para Francisco Teixeira, “chief development officer” da Mediabrands, a eterna questão deve ser posta desta forma, promovendo um modelo de negócio relacionado com os hábitos de consumo do utilizador: há quem valorize mais a “velocidade”, há quem aposte na qualidade.
Tudo isto deve ser pensado numa “lógica integrada” entre as várias plataformas noticiosas. E a personalização de conteúdos, tendo em conta o comportamento na Internet do utilizador, pode adequar o mercado publicitário ao mercado. “Agora é a altura de arriscar”, defende o responsável. Nesse sentido, concorda Pedro Araújo e Sá, administrador da Cofina, estão a ser criadas “experiências de ‘paywall’” já dentro do grupo, nomeadamente no “Jornal de Negócios”, a ser alargada ao “Record”. Uma estratégia que atende a três princípios, segundo os quais se tenta determinar “o que leva os consumidores a pagar”: “relevância e exclusividade do conteúdo”; “meio adequado”; “facilidade do meio do pagamento”. “Uma coisa que é preciso fazer: mudar a mentalidade e perceber as implicações desta revolução.”
Dentro do mercado publicitário, António Carriço, director de marca e comunicação da Vodafone Portugal, diz já implementar no grupo algumas mudanças. Este ano, o grupo apostou mais no online do que no papel; fica uma reinvindicação: “Haveria muito mais se a publicidade no online estivesse melhor organizada.” Da parte da Samsung Portugal, “inovar” é a palavra de ordem, como defendeu Hugo Braz, “division trade marketing manager” da empresa. Ainda assim, uma ressalva — “Há espaço para tudo, mas em vez de falarmos em digital, devíamos falar um bocadinho mais de ‘mobile’.”
Certeza há uma: “Nunca tivemos tantos clientes como hoje”, sublinhou Pedro Araújo e Sá, em sintonia com os restantes conferencistas. E as respostas terão de ser diferenciadas — “é preciso não haver uma solução única”, defendeu José Magalhães, ex-deputado, que se encontrava na audiência. “A ‘paywall’ pode ter um papel, [mas] os direitos de autor têm um papelão!”
O segundo painel do dia, que contou com moderação da directora do PÚBLICO, Bárbara Reis, contou ainda com a presença de Simone Duarte, directora executiva online do órgão.
Artigo actualizado às 18h36 de 26 de Fevereiro