Olá Bordéus

Benfica segue em frente na Liga Europa após triunfo por 2-1 sobre o Bayer Leverkusen. Ola John abriu o caminho com um grande golo.

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Ola John marcou o primeiro golo do Benfica contra o Bayer Leverkusen Rafael Marchante/Reuters

Num jogo em que os alemães dominaram boa parte do tempo, o Benfica resistiu e Ola John abriu as portas do triunfo e da qualificação, confirmado depois por Matic. O Bordéus é o adversário que se segue, depois de ter eliminado o Dínamo de Kiev. O primeiro jogo será na Luz, a 7 de Março, e o segundo a 14 de Março, em França.

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Num jogo em que os alemães dominaram boa parte do tempo, o Benfica resistiu e Ola John abriu as portas do triunfo e da qualificação, confirmado depois por Matic. O Bordéus é o adversário que se segue, depois de ter eliminado o Dínamo de Kiev. O primeiro jogo será na Luz, a 7 de Março, e o segundo a 14 de Março, em França.

“Tem a importância que tem.” Era assim que Jorge Jesus se referia ao jogo com os alemães, como que secundarizando a Liga Europa em função de um objectivo maior, o campeonato, em que qualquer ponto perdido pode ser decisivo — da forma como Benfica e FC Porto se têm comportado na Liga, ninguém tem qualquer margem de erro. Não se aplicava, de todo, o chavão do “pensar jogo a jogo”. O técnico do Benfica já estava a pensar no Paços de Ferreira de domingo próximo antes de defrontar o Bayer, uma das boas equipas da Alemanha, pela segunda vez. “O jogo de domingo é muito mais importante”, referiu, avisando que iria fazer algumas poupanças.

A vitória por 1-0 no jogo de Leverkusen dava alguma margem de manobra para Jesus rodar, mas com cautelas. O técnico desfigurou um pouco o plano de ataque habitual, jogando com apenas um ponta-de-lança (Cardozo) e com Carlos Martins a fazer de médio mais ofensivo. Maxi Pereira e Salvio ficaram no banco, entraram André Almeida e Gaitán. O Benfica entrou em modo contenção, o Bayer entrou em modo dominador e só não virou a eliminatória por causa de Artur e dos postes.

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Os primeiros 15 minutos pertenceram aos alemães. Com uma frente de ataque composta por três homens muito dinâmicos, o Bayer era eficaz a baralhar as marcações e a encontrar espaços. Depois de uma primeira ameaça de Schurrle que Artur deteve com alguma dificuldade, logo aos 3’, Stefan Kiessling apareceu isolado aos 12’ na área benfiquista e rematou sem oposição, mas a bola foi ao poste. Imediatamente o Benfica respondeu, naquela que foi a sua única oportunidade de golo na primeira parte. Aos 16’, cruzamento de André Almeida no flanco direito e Gaitán, na pequena área, fez o cabeceamento para uma grande defesa do jovem Leno.

Mas, tal como na primeira mão, era o Bayer a ter a maior fatia de oportunidades. E elas sucederam-se a bom ritmo. Kiessling falhou o alvo aos 27’, após jogada de Castro, Artur defendeu com as pernas um remate fraco de Schurrle aos 38’ e, aos 40’, o poste direito da baliza “encarnada” voltou a devolver um remate alemão, desta vez de Schurrle. O Bayer era organizado e perigoso, o Benfica estava fora do seu elemento, pouco habituado a ser pressionado de forma tão constante.

Os “encarnados” voltaram a entrar mal na segunda parte e o Bayer manteve o ritmo. Os alemães estiveram bem perto de empatar a eliminatória aos 50’. Kiessling ainda chegou a meter a bola na baliza, mas o avançado alemão, melhor marcador do Bayer, estava fora-de-jogo.

O Benfica resistiu e respondeu da melhor maneira. Se na Alemanha foi um toque de classe de Cardozo, ontem foi uma bela iniciativa individual de Ola John. Aconteceu aos 60’, o holandês tem alguma sorte no ressalto e, com um grande remate, fez o 1-0. O golo de Ola John colocava o Benfica com pé e meio nos oitavos-de-final, mas o Bayer ainda tinha alguma coisa para dar e, aos 75’, conseguiu chegar ao merecido golo, por Schurrle.

De repente, bastava mais um golo para os alemães e o Benfica ficava de fora. Mas a resposta, mais uma vez, foi superior. E imediata. Aproveitando o balanceamento ofensivo do adversário, Lima transformou uma recepção defeituosa num bom cruzamento e Matic, vindo de trás, só teve de empurrar a bola com a cabeça para meter o meio pé que faltava na eliminatória seguinte. Para um jogo que não era prioridade, o Benfica cumpriu, mesmo com poupanças e muitos sustos pelo meio. Mas passou com sentido de oportunidade e uma ponta de cinismo.

FIGURA DO JOGO: Ola John

O jovem holandês demorava a aparecer no Benfica, mas Jorge Jesus teve paciência com ele, deu-lhe tempo e, agora, já ninguém discute a sua qualidade nem implica com o que custou quando o Benfica o contratou ao Twente no início da temporada por seis milhões de euros. Ontem, frente ao Bayer Leverkusen, até nem foi dos seus melhores jogos, mas, sozinho, desbloqueou um jogo que não estava nada fácil, com um remate cheio de intenção e muito bem colocado, naquele que foi o seu primeiro golo na Liga Europa. Aos 20 anos, este jovem rápido e habilidoso, que nasceu na Libéria, ainda é um jogador em formação, mas já tem capacidade para decidir jogos e ganhar o seu lugar numa equipa recheada de extremos de qualidade, como Salvio ou Gaitán. Louis van Gaal faz bem em apostar nele para a principal selecção holandesa. Quanto a Jesus, já ganhou a aposta.

Notícia corrigida às 12h, rectificando uma concordância no primeiro parágrafo