Operadores logísticos alertam para eventuais atrasos nas entregas a supermercados em Maio
Legislação que entra em vigor em Maio aumenta burocracia no transporte.
Em declarações à Lusa, a presidente da APOL, Carla Fernandes, explicou que as empresas que transportam bens em Portugal vão passar a identificar detalhadamente todos os itens transportados, origem e destino, matrícula do veículo que os transporta e enviar esta informação para a Autoridade Tributária (AT). Após este envio, a AT envia um código por cada remessa e só depois deste procedimento é que os bens podem circular.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Em declarações à Lusa, a presidente da APOL, Carla Fernandes, explicou que as empresas que transportam bens em Portugal vão passar a identificar detalhadamente todos os itens transportados, origem e destino, matrícula do veículo que os transporta e enviar esta informação para a Autoridade Tributária (AT). Após este envio, a AT envia um código por cada remessa e só depois deste procedimento é que os bens podem circular.
Segundo Carla Fernandes, este sistema "é um caso único na Europa" e obriga a "enormes custos de contexto", quer informáticos, quer administrativos. Além disso, a burocracia que resulta do novo regime de bens em circulação poderá "levar a atrasos na entrega de bens e há mercadorias que podem não chegar ao destino" a partir de Maio.
No caso dos produtos frescos, que têm de chegar ao destino no espaço de 12 horas, o prazo é difícil de ser cumprido face às novas regras, para cuja aplicação o sector tem apenas dois meses para se preparar.
"A lei saiu em Agosto, mas só ontem [terça-feira] é que foram divulgados os procedimentos", disse. "Percebo que as Finanças precisem desta informação, mas não podem criar entraves", afirmou Carla Fernandes, apontando que nos outros países europeus a informação "é enviada posteriormente", tal como acontece com as facturas.
A voz da APOL junta-se à da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), que no final de Janeiro manifestou a sua preocupação pelo transporte de mercadorias a partir de Maio.