Rafael Correa foi reeleito e promete “mais quatro anos de revolução”

“Ninguém pode parar esta revolução”, disse a apoiantes, a partir da varanda do palácio presidencial. Adversários reconheceram derrota

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Apoiantes de Correa celebram a eleição em Quito RODRIGO BUENDIA/AFP

Os resultados da primeira volta das eleições gerais atribuíam-lhe 56,7%, contra 23,3% do seu principal adversário, o antigo banqueiro Guillermo Lasso, quando estavam contados 40% dos votos. Os próprios opositores já reconheceram a derrota. O terceiro candidato mais votado estava com 6,6%. Quatro outros concorrentes não chegaram aos 5%.

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Os resultados da primeira volta das eleições gerais atribuíam-lhe 56,7%, contra 23,3% do seu principal adversário, o antigo banqueiro Guillermo Lasso, quando estavam contados 40% dos votos. Os próprios opositores já reconheceram a derrota. O terceiro candidato mais votado estava com 6,6%. Quatro outros concorrentes não chegaram aos 5%.

Para não haver segunda volta, o candidato mais votado tinha de conseguir metade dos votos expressos. Poderiam bastar-lhe 40%, desde que isso significasse uma vantagem de dez pontos sobre o segundo.

Correa tem 49 anos e este será, nos termos constitucionais, o seu último mandato. Foi eleito pela primeira vez em 2007. Oriundo de uma família modesta, economista formado nos Estados Unidos com uma bolsa de estudo, católico, tem feito uma governação de esquerda caracterizada por reformas sociais que lhe trouxeram popularidade entre a população de 15 milhões de habitantes.

A expansão do acesso à saúde e à educação e a construção de estradas – financiadas pelas receitas do petróleo – são marcas do seu mandato. Os adversários acusam-no de adoptar políticas que reforçam o seu poder e reduzem a influência de opositores e da comunicação social privada. Contestam também a proximidade política com Cuba e a Venezuela – dedicou a sua reeleição a Hugo Chávez.

“Ninguém pode parar esta revolução”, disse a milhares de apoiantes a partir da varanda do palácio presidencial, em Quito. “Os poderes coloniais já não mandam, podem ter a certeza que nesta revolução são os equatorianos quem manda.”

Na Presidência, Rafael Correa impôs uma moratória à dívida externa e obrigou as multinacionais petrolíferas a aumentarem os dividendos pagos ao Estado, lembra a AFP.

Após o anúncio dos resultados, as ruas de Quito foram invadidas por bandeiras verdes, a cor do do partido presidencial, Alianza Pais.

Correa tinha também como objectivo conseguir uma maioria absoluta no parlamento, onde o seu partido tem apenas 42% dos lugares, sinal da animosidade com que também é visto por sectores da população.Os meios empresariais acusam-no de afugentar os investidores estrangeiros.

O último relatório do Banco Mundial, de 2011, indica que quase 30% dos equatorianos vivem na pobreza, mas o Governo reclama ter reduzido o número para 16%.