Miguel Relvas: “Estado vai facilitar o regresso dos jovens à agricultura”

Ministro falou sobre as orientações estratégicas para a política de juventude, cujo plano nacional deve ser apresentado nos próximos dias.

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Ministro vai apresentar na próxima semana o plano nacional de acção na área da juventude. Enric-Vives Rubio

A promessa foi deixada este domingo à tarde por Miguel Relvas durante um discurso no Conselho Nacional de Juventude (CNJ), onde foi falar sobre as orientações estratégicas para a política de juventude. Está a ser ultimado um plano nacional de acção na área da juventude, depois de o último Conselho de Ministros ter aprovado a estratégia global. E em breve será também concluído o Livro Branco, que começou a ser feito já em 2011.

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A promessa foi deixada este domingo à tarde por Miguel Relvas durante um discurso no Conselho Nacional de Juventude (CNJ), onde foi falar sobre as orientações estratégicas para a política de juventude. Está a ser ultimado um plano nacional de acção na área da juventude, depois de o último Conselho de Ministros ter aprovado a estratégia global. E em breve será também concluído o Livro Branco, que começou a ser feito já em 2011.

À porta do CNJ, concentrava-se um pequeno grupo de jovens, estudantes e desempregados empunhando cartazes. Quando Miguel Relvas chegou de carro gritaram: “Governo, gatuno, assim não há futuro.”

“Não nos devemos resignar a um país desertificado e envelhecido. Muitos jovens querem regressar à agricultura e o Estado pode e vai ter um papel para facilitar esse regresso”, garantiu o ministro, lembrando que a idade média dos produtores agrícolas portugueses ronda os 63 anos e apenas 2% têm menos de 35 anos.

Porém, apesar do anúncio, Miguel Relvas não falou de propostas concretas. Estas devem ficar para os próximos dias, quando estiver concluído o plano nacional de acção na área da juventude. “Muitas das medidas [referentes às diversas áreas] estão já integradas dentro dos orçamentos que o país possui, a ideia foi integrar medidas e não haver políticas avulsas nesta área [da juventude].”

Ivo Santos, presidente do CNJ, acredita que este plano estratégico vai ajudar a combater alguns dos problemas que afectam a juventude. Mas diz que não conhece as medidas concretas, por exemplo, no que diz respeito à intenção anunciada de ajudar a levar mais jovens para a agricultura. “Vou procurar saber”, adianta, admitindo que os estímulos possam passar por “bolsas de terras”, já anunciadas pelo Governo, para quem está interessado em trabalhar nos campos.

 Programa Impulso Jovem precisa de divulgação
“O desemprego jovem já existia em larga escala antes da crise financeira, mas continuou a aumentar”, argumentou Miguel Relvas. “O desemprego jovem tira-me o sono. Eu não sou insensível”, disse o ministro que garante que as medidas destinadas à empregabilidade estão contempladas na estratégia do Governo. E exemplificou com o programa Impulso Jovem, destinado a promover a empregabilidade de jovens desempregados entre os 18 e os 30 anos, através de estágios profissionais e apoio à contratação, entre outras medidas.

O ministro reconhece que é preciso divulgar mais este programa — Relvas contou durante a apresentação no CNJ que a sua filha de 21 anos não sabe o que é o Impulso Jovem — e explicou por que razão este não será ainda muito conhecido, apesar da meta do Executivo ser chegar aos 90 mil jovens. “Não quisemos numa primeira fase ser acusados de fazer propaganda e fomos muito austeros na apresentação do programa. Vamos continuar a ser austeros mas vamos ter que abrir os cordões à bolsa e vamos ter que fazer uma campanha de divulgação. Vamos ampliar o programa, quisemos que mais jovens pudessem dele beneficiar.”

O aumento da duração dos estágios de seis meses para 12 meses e o alargamento do programa à região de Lisboa e Vale do Tejo foram algumas das alterações ao programa recentemente aprovadas.

O país tem “pessoas com formação elevada, mas que têm uma perspectiva de carreira profissional instável", admitiu Miguel Relvas. “Não admira, pois, que muitos dos nossos jovens escolham a emigração, beneficiando de uma mobilidade no espaço europeu que, tendo vantagens pessoais, representa uma fuga de cérebros com prejuízos para o país”, descreveu. E acrescentou que este cenário é “mais uma razão que justifica as reformas estruturais e a criação de condições para que surjam empregos adequados e para que sejamos novamente capazes de atrair os jovens [que já saíram do país]”.

O ministro afirmou que o Governo quer “colocar os jovens no centro das decisões”, apelando à sua participação e lembrando que “a nova geração tem pouca participação política e partidária, mas participa activamente em movimentos sociais e no voluntariado”.