Design: atelier português vence Graphis Gold Award

Sérgio Alves, designer de 23 anos, foi distinguido na categoria Poster Annual pelo segundo ano consecutivo. Desta vez, o cartaz foi feito em conjunto com Diogo Dias no Atelier d'alves, no Porto

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O que perde em dinheiro ganha em divulgação. A convicção de Sérgio Alves, designer de 23 anos, valeu-lhe pelo segundo ano consecutivo o Graphis Gold Award na categoria Poster Annual, desta vez em parceria com o colega Diogo Dias, colaborador no Atelier d'alves. Para participar neste concurso internacional – à semelhança de muitos outros na área do Design – é preciso pagar e os vencedores não têm qualquer recompensa monetária.

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O que perde em dinheiro ganha em divulgação. A convicção de Sérgio Alves, designer de 23 anos, valeu-lhe pelo segundo ano consecutivo o Graphis Gold Award na categoria Poster Annual, desta vez em parceria com o colega Diogo Dias, colaborador no Atelier d'alves. Para participar neste concurso internacional – à semelhança de muitos outros na área do Design – é preciso pagar e os vencedores não têm qualquer recompensa monetária.

Sérgio “investiu” 100 dólares e apostou tudo num único trabalho, um “cartaz experimental, pouco óbvio” feito para o Teatrando, um festival internacional de teatro escola organizado por um grupo de escolas de Valongo.

“Foi o primeiro ano do festival e era preciso divulgar o nome. Era importante que estivesse em relevo. A ideia foi trabalhar a palavra e, no fundo, transformá-la em imagem”, explicou ao P3 o designer, que concluiu a licenciatura na Escola Superior de Artes e Design (ESAD) em 2012.

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O Atelier d’Alves, criado por Sérgio Alves DR

Ganhar este prémio teve um sabor especial para os dois jovens por terem decidido concorrer com apenas um trabalho: “Os designers mais conceituados ou os grandes atelieres submetem cinco ou seis cartazes. São tubarões a concorrer contra peixinhos.”

Trabalhar por reconhecimento

Sérgio Alves começou a fazer trabalhos para empresas mesmo antes de entrar na faculdade e sempre se resignou à forma como a indústria funciona. Por isso, não estranha o facto de concursos como o da Graphis, que se apresenta como um Diário Internacional de Comunicação Visual, não ofereçam qualquer recompensa monetária aos vencedores.

“Para muitas pessoas parece estranho. Mas há editoras internacionais que vivem só deste tipo de trabalho. Acaba por ser uma troca. Nós damos o nosso trabalho, eles oferecem uma montra.”

A estratégia tem funcionado. Depois de ganhar o Graphis Gold Award pela primeira vez, as propostas aumentaram - sobretudo de revistas e livros que querem mostrar o seu trabalho. Mas também surgiram convites para integrar exposições. Nos últimos três meses, foi convidado para integrar três: esteve na trienal da Eslováquia e vai estar, em breve, no CO2 International Poster Biennial, nos Estados Unidos, e no International Invitational Poster Festival, na Turquia.

O design já “dá para viver”, conta o jovem portuense, que decidiu sair do ambiente de casa e criar o seu próprio espaço, o Atelier d’Alves, onde vai colaborando com diversos designers e ilustradores. “Se calhar não tiro o salário que tiraria se estivesse num espaço que nao fosse meu, mas o Design é assim: é preciso apostar muito para mais tarde receber.”