Como se escolhe um Papa?
À porta fechada, sob grande secretismo e isolamento. É neste clima único no mundo que decorre o conclave em que é escolhido o futuro Papa.
Portugal tem actualmente três cardeais no Colégio de Cardeais: D. José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos; D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa; e D. Manuel Monteiro de Castro. Apenas D. José Policarpo e D. Manuel Monteiro de Castro são eleitores e elegíveis por terem actualmente menos de 80 anos, tal como os restantes 116 cardeais.
O dia exacto para o conclave de cardeais ainda não foi anunciado (deverá ter início em Março, segundo o Vaticano), mas a forma como decorrerá mantém-se inalterada há séculos. No primeiro dia, os cardeais reúnem-se na Capela Sistina à porta fechada. As chaves da sala são retiradas das portas e guardadas e o isolamento verificado pelo cardeal camerlengo, que tem a responsabilidade de organizar e supervisionar o processo de eleição.
Longe dos olhares do mundo, os cardeais, que juraram sigilo e arriscam a excomunhão, se o violarem, iniciam uma discussão secreta sobre as qualidades dos potenciais candidatos a Papa, que não têm de ser obrigatoriamente um dos seus pares, já que qualquer homem, maior de idade, baptizado pela Igreja Católica, pode ser eleito Papa.
Antes de se iniciar a votação, toda a área é escrutinada pela segurança em busca de microfones ou câmaras escondidas. O conclave pode demorar vários dias e até que termine, com o anúncio do novo Papa, os cardeais comem e dormem numa zona chamada “Domus Sanctae Marthae”, junto à Basílica de S. Pedro. Durante todo o processo, é vedado aos cardeais o contacto com o exterior. Só poderão ter acesso a assistência médica. À zona que envolve a sala onde decorre o conclave só podem aceder padres para as confissões e pessoal de manutenção e limpeza. Todas estas pessoas ficam obrigadas a uma cláusula de segredo absoluto sobre tudo o que ouvirem ou virem.
No primeiro dia do conclave é celebrada de manhã uma eucaristia pro elegendo Papa. Já no interior da sala onde o processo eleitoral vai decorrer, os cardeais ficam finalmente sozinhos, sem a presença de qualquer pessoal do Vaticano. Os cardeais podem votar apenas uma vez no primeiro dia de eleição, mas a partir do segundo dia devem votar duas vezes de manhã e outras duas à tarde.
Num boletim de voto em que se pode ler “Eligio in Summum Pontificem" ("Eu elejo como sumo pontífice..."), cada cardeal deve escrever o nome do seu eleito. Depois de recolhidos todos os votos, estes são contados e os nomes dos cardeais que receberam votos ditos em voz alta. Os boletins são depois queimados num forno. É o fumo que resulta da queima que fica visível na chaminé da Capela Sistina que anunciará ao mundo se a Igreja Católica já tem um novo Papa. Se o fumo negro se tornar branco, foi encontrado o sucessor do último sumo pontífice. Se se mantiver negro, haverá uma nova votação. O processo continua até que um dos candidatos reúna dois terços dos votos. É ainda necessário um voto adicional, se o número de votantes não for divisível por três. No entanto, este processo pode sofrer alterações, se, ao final de vários dias, não for alcançado um consenso. Pode decidir-se, por exemplo, que seja nomeado Papa o candidato que reúna mais de metade dos votos. Se ao fim de três dias de votação nenhum dos candidatos conseguir uma maioria de dois terços, o processo eleitoral é suspenso por um dia para orações e discussões informais.
Alcançada a maioria necessária é entregue uma espécie de resumo das votações e respectivos resultados ao recém-eleito Papa. O documento é depois selado e arquivado. Ao cardeal eleito é perguntado se aceita a nova função e qual o nome pelo qual quer passar a ser designado. O nome pelo qual o novo Papa escolhe ser designado é também avançado nessa altura. A 19 de Abril de 2005, Joseph Ratzinger escolheu Bento XVI.
O anúncio de que foi eleito um novo sumo pontífice é depois feito através da chaminé da Capela Sistina, de onde sairá fumo branco. “Habemus Papam!” (“Temos Papa”, em latim), será anunciado em seguida pelo decano do Colégio dos Cardeais a partir da varanda da Basílica de S. Pedro. O novo Papa oferece depois a sua primeira bênção apostólica.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Portugal tem actualmente três cardeais no Colégio de Cardeais: D. José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos; D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa; e D. Manuel Monteiro de Castro. Apenas D. José Policarpo e D. Manuel Monteiro de Castro são eleitores e elegíveis por terem actualmente menos de 80 anos, tal como os restantes 116 cardeais.
O dia exacto para o conclave de cardeais ainda não foi anunciado (deverá ter início em Março, segundo o Vaticano), mas a forma como decorrerá mantém-se inalterada há séculos. No primeiro dia, os cardeais reúnem-se na Capela Sistina à porta fechada. As chaves da sala são retiradas das portas e guardadas e o isolamento verificado pelo cardeal camerlengo, que tem a responsabilidade de organizar e supervisionar o processo de eleição.
Longe dos olhares do mundo, os cardeais, que juraram sigilo e arriscam a excomunhão, se o violarem, iniciam uma discussão secreta sobre as qualidades dos potenciais candidatos a Papa, que não têm de ser obrigatoriamente um dos seus pares, já que qualquer homem, maior de idade, baptizado pela Igreja Católica, pode ser eleito Papa.
Antes de se iniciar a votação, toda a área é escrutinada pela segurança em busca de microfones ou câmaras escondidas. O conclave pode demorar vários dias e até que termine, com o anúncio do novo Papa, os cardeais comem e dormem numa zona chamada “Domus Sanctae Marthae”, junto à Basílica de S. Pedro. Durante todo o processo, é vedado aos cardeais o contacto com o exterior. Só poderão ter acesso a assistência médica. À zona que envolve a sala onde decorre o conclave só podem aceder padres para as confissões e pessoal de manutenção e limpeza. Todas estas pessoas ficam obrigadas a uma cláusula de segredo absoluto sobre tudo o que ouvirem ou virem.
No primeiro dia do conclave é celebrada de manhã uma eucaristia pro elegendo Papa. Já no interior da sala onde o processo eleitoral vai decorrer, os cardeais ficam finalmente sozinhos, sem a presença de qualquer pessoal do Vaticano. Os cardeais podem votar apenas uma vez no primeiro dia de eleição, mas a partir do segundo dia devem votar duas vezes de manhã e outras duas à tarde.
Num boletim de voto em que se pode ler “Eligio in Summum Pontificem" ("Eu elejo como sumo pontífice..."), cada cardeal deve escrever o nome do seu eleito. Depois de recolhidos todos os votos, estes são contados e os nomes dos cardeais que receberam votos ditos em voz alta. Os boletins são depois queimados num forno. É o fumo que resulta da queima que fica visível na chaminé da Capela Sistina que anunciará ao mundo se a Igreja Católica já tem um novo Papa. Se o fumo negro se tornar branco, foi encontrado o sucessor do último sumo pontífice. Se se mantiver negro, haverá uma nova votação. O processo continua até que um dos candidatos reúna dois terços dos votos. É ainda necessário um voto adicional, se o número de votantes não for divisível por três. No entanto, este processo pode sofrer alterações, se, ao final de vários dias, não for alcançado um consenso. Pode decidir-se, por exemplo, que seja nomeado Papa o candidato que reúna mais de metade dos votos. Se ao fim de três dias de votação nenhum dos candidatos conseguir uma maioria de dois terços, o processo eleitoral é suspenso por um dia para orações e discussões informais.
Alcançada a maioria necessária é entregue uma espécie de resumo das votações e respectivos resultados ao recém-eleito Papa. O documento é depois selado e arquivado. Ao cardeal eleito é perguntado se aceita a nova função e qual o nome pelo qual quer passar a ser designado. O nome pelo qual o novo Papa escolhe ser designado é também avançado nessa altura. A 19 de Abril de 2005, Joseph Ratzinger escolheu Bento XVI.
O anúncio de que foi eleito um novo sumo pontífice é depois feito através da chaminé da Capela Sistina, de onde sairá fumo branco. “Habemus Papam!” (“Temos Papa”, em latim), será anunciado em seguida pelo decano do Colégio dos Cardeais a partir da varanda da Basílica de S. Pedro. O novo Papa oferece depois a sua primeira bênção apostólica.