Reguladores norte-americanos autorizam voos de teste aos Dreamliner

A Boeing tem autorização para investigar as baterias de iões de lítio durante voos de teste. Investigação dos reguladores ainda não avançam causas.

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Empresa perdeu já dezenas de milhões de dólares em prejuízos, mas acções estão em alta Paul J. Richards/AFP

Mas a autorização pode ser uma prenda agridoce para a construtora norte-americana. O regulador de segurança aérea dos EUA exige agora investigar o processo de autorização da Boeing às problemáticas baterias de iões de lítio dos Dreamliner. Assim, avança a Reuters, a empresa norte-americana deve esperar mais atrasos até que seja dada autorização formal para que os 787 Dreamliner parados desde Janeiro levantem novamente voo.

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Mas a autorização pode ser uma prenda agridoce para a construtora norte-americana. O regulador de segurança aérea dos EUA exige agora investigar o processo de autorização da Boeing às problemáticas baterias de iões de lítio dos Dreamliner. Assim, avança a Reuters, a empresa norte-americana deve esperar mais atrasos até que seja dada autorização formal para que os 787 Dreamliner parados desde Janeiro levantem novamente voo.

A presidente do Departamento Nacional da Segurança dos Transportes norte-americano, Deborah Hersman, já havia afirmado, no início de quinta-feira nos EUA, que as “condições especiais” de autorização às baterias de iões de lítio teriam que ser investigadas.

Face aos dois incidentes confirmados com a bateria dos Dreamliner, Deborah Hersman afirmou que “os requisitos utilizados para certificar a bateria devem ser reconsiderados”. A presidente do Departamento Nacional de Segurança dos Transportes (NTSB, na sigla em inglês) referia-se ao incêndio numa bateria de um Dreamliner parado no aeroporto de Boston, nos EUA, e ao sobreaquecimento de outra bateria num voo diferente, no Japão.

Este último incidente obrigou a uma aterragem de emergência a 16 de Janeiro e levou reguladores e operadores aéreos por todo o mundo a suspenderem os voos a bordo deste modelo da Boeing.

O pedido da Boeing por voos de teste já fora avançado pelo Seattle Time. Mas o jornal norte-americano dizia então que os voos tinham como objectivo testar uma possível solução para os incidentes com as baterias de iões de lítio do Dreamliner, que são tidas como as causas dos principais incidentes.

A Reuters avança que as paragens já custaram à Boeing dezenas de milhões de dólares, um prejuízo que se estima que vá aumentar uma vez que ainda não existem avanços palpáveis nas investigações das equipas de segurança. Já as operadoras japonesas All Nipon Airways e Japanese Airlines, que entre ambas têm 24 dos 49 Dreamliner em activo, viram-se já forçadas a cancelarem centenas de voos à custa da suspensão do modelo.

Nas declarações conjuntas de quinta-feira, a NTSB e a FAA indicaram novamente que não se registaram avanços consideráveis nas investigações até à data. Apenas a NTSB referiu que a equipa de investigadores fora capaz de isolar o incêndio na bateria do Dreamliner em Boston a uma das oito células da bateria de iões de lítio. Contudo, citada pela Reuters, a dirigente da NTSB afirma que não foram ainda identificadas as causas do incêndio.

Entre a autorização a voos de investigação e a possibilidade de um novo atraso na autorização de voo dos Dreamliner, os investidores parecem ter escolhido o estímulo da primeira. De acordo com a Reuters, as acções da construtora norte-americana valorizaram ligeiramente depois do anúncio da autorização dos voos de teste. Em todo o caso, as acções da empresa têm contrariado o registo de prejuízo: desde que a suspensão do Dreamliner foi anunciada, as acções da empresa norte-americana subiram 3%.