Ministro da Economia elogia Franquelim Alves por ajudar a “desmascarar fraude no BPN”

Álvaro Santos Pereira atribuiu a ex-gestor participação em carta de denúncia ao Banco de Portugal que afinal era apenas de Abdul Vakil, e causa estranheza entre os deputados.

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Santos Pereira sai em defesa do seu secretário de Estado Rui Gaudêncio

O ministro afirmou que Franquelim Alves, embora fosse administrador da área não financeira da SLN – Sociedade Lusa de Negócios, proprietária do BPN – Banco Português de Negócios, nomeado em Janeiro de 2008, “trabalhou activamente, a partir de Março de 2008, na investigação para denunciar as fraudes”. Esse trabalho, “complexo e que envolvia várias off-shores, culminou no envio de uma carta, a 2 de Junho desse ano, ao Banco de Portugal”, onde se denunciava a existência do Banco Insular, descreveu o ministro.

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O ministro afirmou que Franquelim Alves, embora fosse administrador da área não financeira da SLN – Sociedade Lusa de Negócios, proprietária do BPN – Banco Português de Negócios, nomeado em Janeiro de 2008, “trabalhou activamente, a partir de Março de 2008, na investigação para denunciar as fraudes”. Esse trabalho, “complexo e que envolvia várias off-shores, culminou no envio de uma carta, a 2 de Junho desse ano, ao Banco de Portugal”, onde se denunciava a existência do Banco Insular, descreveu o ministro.

Porém, ao que o PÚBLICO apurou, esta carta a que o ministro alude é de Abdul Vakil e não de Franquelim Alves. Aliás, o ex-gestor da SLN admitiu, na comissão parlamentar de inquérito, que não comunicou ao Banco de Portugal as irregularidades que encontrou – e mostrou-se mesmo arrependido por não o ter feito. Existe ainda uma outra carta, datada de 15 de Maio de 2008, sobre veiculos financeiros.

“Quando se começaram a detectar irregularidades, Franquelim Alves foi das pessoas que dentro da SLN ajudaram a desmascarar a fraude”, afirmou Álvaro Santos Pereira, acrescentando que os deputados estão a “tentar fazer aproveitamento e linchamento político” do novo secretário de Estado.

Mais: “Se não fossem pessoas como Franquelim Alves, que estavam dentro da SLN, não seria possível ter identificado de uma forma tão eficaz aquilo que se passou”, advertiu o ministro. “O populismo e a demagogia têm limites. Quando o bom nome das pessoas está em causa e essas pessoas actuaram para defender a causa pública e para desmascarar, fazer aproveitamento político destas questões é no mínimo lamentável”, apontou Álvaro Santos Pereira.

O ministro, que está a ser ouvido na Comissão Parlamentar de Segurança Social e Trabalho, foi questionado pelo PS, PCP e BE sobre a nomeação de Franquelim Alves para o cargo de secretário de Estado.

As respostas de Santos Pereira vieram sucessivamente recheadas de elogios ao novo secretário de Estado do Empreendedorismo. A quem também defendeu: “Acho absolutamente lamentável que tenha havido, por parte de alguns partidos e algumas pessoas, uma tentativa de linchamento público do dr. Franquelim Alves, sobretudo quando ele foi uma das pessoas que ajudaram a desmascarar a fraude do BPN.”

O ministro vincou: “Se há coisa que abomino e não tolero, é corrupção e fraude.”

Álvaro Santos Pereira elogiou o novo secretário de Estado do Empreendedorismo, vincando que, “em 43 anos de perfil profissional, Franquelim Alves foi sempre considerado pelas pessoas e empresas para quem trabalhou – não só para um Governo anterior, mas também no IGCP – Instituto de Gestão do Crédito Público e, no último ano, como gestor do COMPETE –, mostrou claramente uma determinação muito grande e dedicação à causa pública”.

A idoneidade de Franquelim Alves, nesses 43 anos, insistiu o ministro, “nunca foi minimamente posta em causa”.

Mas somando os prós e os contras, por que razão o ministro escolheu Franquelim Alves para seu secretário de Estado? “Neste momento, e sabendo os desafios que temos pela frente, o currículo fala por si. Foi gestor de empresas públicas, do COMPETE, tem um currículo ao nível financeiro irrepreensível”, justificou Santos Pereira.

“Numa altura em que estamos a reformular instrumentos financeiros para melhorar o acesso das PME ao financiamento, a combater burocracia no acesso aos fundos comunitários e ao nível do fomento industrial”, enumerou o ministro, lembrando que Franquelim Alves foi secretário de Estado num anterior Governo – experiência que cataloga “de muito relevo”.

Para o ministro da Economia, “quer na parte financeira quer na experiência política e credibilidade económica, Franquelim Alves tem características que mostram claramente que tem competências para o cargo para o qual foi nomeado”.