Genro do rei de Espanha acusa juiz de violar o seu direito à defesa

Genro de Juan Carlos suspeito de corrupção na Fundação Nóos tem até à meia-noite para pagar caução de 8,1 milhões de euros relativa a este caso. Palácio da Zarzuela desmente pressões para que infanta Cristina se divorcie.

Foto
Urdangarin tem até à meia-noite para pagar caução de 8,1 milhões de euros, junto com antigo sócio LLUIS GENE/AFP

Iñaki Urdangarin recorreu da decisão judicial que foi imposta a ele e ao seu antigo sócio na Fundação Nóos, Diego Torres, a título de responsabilidade civil pelos danos causados às administrações públicas das Baleares e da Comunidade Valenciana, com quem tiveram contratos para a promoção de eventos desportivos. A Fundação Nóos era uma organização que se apresentava como sendo sem fins lucrativos, mas, segundo o juiz instrutor do processo, José Castro, o centro da sua actividade seria mesmo o desvio de fundos públicos para empresas ligadas aos dois sócios (Urdangarin e Torres).

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Iñaki Urdangarin recorreu da decisão judicial que foi imposta a ele e ao seu antigo sócio na Fundação Nóos, Diego Torres, a título de responsabilidade civil pelos danos causados às administrações públicas das Baleares e da Comunidade Valenciana, com quem tiveram contratos para a promoção de eventos desportivos. A Fundação Nóos era uma organização que se apresentava como sendo sem fins lucrativos, mas, segundo o juiz instrutor do processo, José Castro, o centro da sua actividade seria mesmo o desvio de fundos públicos para empresas ligadas aos dois sócios (Urdangarin e Torres).

Mas o advogado do duque de Palma argumenta que, durante a instrução do processo, foi violado o direito de defesa do seu cliente, pois, “à medida que o tempo passa, vai-se enchendo de novos delitos, esquecendo-se os princípios de acusação e contradição básicos nos procedimentos penais, e violando-se os direitos de defesa protegidos pela Constituição espanhola”. 

“Não é possível defender-se daquilo que se ignora”, lê-se no recurso, citado pelo El País.
Se Urdangarin e Torres não conseguirem o dinheiro desta fiança, a justiça confiscará bens que sejam da sua propriedade, até obter a soma fixada. 

A infanta Cristina não foi ainda relacionada com o caso do marido, mas o seu nome está ligado a empresas de Urdangarin. Daí o terem começado a surgir também notícias não confirmadas de pressões para que se divorciasse (sob pena de perder os direitos de sucessão), após uma visita da filha mais nova do rei Juan Carlos ao Palácio da Zarzuela, na semana passada, onde se encontrou pelo menos com a rainha Sofia.