Castro Caldas diz que "saco azul" das Forças Armadas financiou Savimbi em Angola
"Mais tarde, como ministro, vim a ter o relato vivo de pessoal que participou em operações encobertas, como seja o financiamento do Savimbi", líder da UNITA (União Nacional pela Independência Total de Angola) que antes da independência do país lutou contra o regime colonial português e depois contra o Governo angolano.
De acordo com Castro Caldas, Savimbi, que foi morto em 2002, foi "durante muito tempo financiado pelas Forças Armadas portuguesas". "E a maneira que as Forças Armadas tinham de o fazer só poderia ser através de instituições semelhantes como esse fundo", declarou Júlio Castro Caldas.
Questionado sobre que conhecimento teve do Fundo de Defesa Militar do Ultramar (FDMU) na X Comissão Parlamentar de Inquérito à Tragédia de Camarate, Castro Caldas disse que a ideia que tem é a de que "esse fundo desapareceu do orçamento do Ministério das Finanças e que, em princípio, terá havido uma consolidação que integrou as verbas". "Se vim, mais tarde, a procurar o destino do fundo e se ainda existe saldo? Eu acho que foi o professor Cavaco Silva [enquanto ministro das Finanças] que foi encarregado da compatibilização dos saldos dos fundos e de os integrar na organização do Ministério das Finanças", disse.
Castro Caldas disse que, "pelo que pode perceber", o fundo funcionava "como um saco azul para financiar operações encobertas, algumas das quais o Estado português fez", indicando em seguida que teve "relatos vivos" da participação portuguesa no financiamento de Savimbi.
Questionado pelo deputado do PSD Miguel Santos, Castro Caldas disse não ser capaz de "repescar a memória da integração do fundo na contabilidade pública".
A X Comissão Parlamentar de Inquérito à Tragédia de Camarate visa averiguar as "causas e circunstâncias em que, no dia 4 de Dezembro de 1980, ocorreu a morte do primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, do ministro da Defesa Nacional, Adelino Amaro da Costa, e dos seus acompanhantes".
A anterior comissão de inquérito avançou para duas linhas de investigação que deverão ser agora retomadas: o comércio e exportação de material militar e a extinção do fundo de Defesa Militar do Ultramar.
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"Mais tarde, como ministro, vim a ter o relato vivo de pessoal que participou em operações encobertas, como seja o financiamento do Savimbi", líder da UNITA (União Nacional pela Independência Total de Angola) que antes da independência do país lutou contra o regime colonial português e depois contra o Governo angolano.
De acordo com Castro Caldas, Savimbi, que foi morto em 2002, foi "durante muito tempo financiado pelas Forças Armadas portuguesas". "E a maneira que as Forças Armadas tinham de o fazer só poderia ser através de instituições semelhantes como esse fundo", declarou Júlio Castro Caldas.
Questionado sobre que conhecimento teve do Fundo de Defesa Militar do Ultramar (FDMU) na X Comissão Parlamentar de Inquérito à Tragédia de Camarate, Castro Caldas disse que a ideia que tem é a de que "esse fundo desapareceu do orçamento do Ministério das Finanças e que, em princípio, terá havido uma consolidação que integrou as verbas". "Se vim, mais tarde, a procurar o destino do fundo e se ainda existe saldo? Eu acho que foi o professor Cavaco Silva [enquanto ministro das Finanças] que foi encarregado da compatibilização dos saldos dos fundos e de os integrar na organização do Ministério das Finanças", disse.
Castro Caldas disse que, "pelo que pode perceber", o fundo funcionava "como um saco azul para financiar operações encobertas, algumas das quais o Estado português fez", indicando em seguida que teve "relatos vivos" da participação portuguesa no financiamento de Savimbi.
Questionado pelo deputado do PSD Miguel Santos, Castro Caldas disse não ser capaz de "repescar a memória da integração do fundo na contabilidade pública".
A X Comissão Parlamentar de Inquérito à Tragédia de Camarate visa averiguar as "causas e circunstâncias em que, no dia 4 de Dezembro de 1980, ocorreu a morte do primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, do ministro da Defesa Nacional, Adelino Amaro da Costa, e dos seus acompanhantes".
A anterior comissão de inquérito avançou para duas linhas de investigação que deverão ser agora retomadas: o comércio e exportação de material militar e a extinção do fundo de Defesa Militar do Ultramar.