França começa a retirar tropas do Mali em Março
Chefe da diplomacia francesa diz que terão de ser os africanos a assegurar a integridade territorial e a soberania do Mali.
A redução de efectivos não quer dizer que o contingente francês sairá do Mali a curto prazo: “Continuaremos a agir no Norte, onde continua a haver refúgios de terroristas”, disse Fabius numa entrevista ao jornal Metro.
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A redução de efectivos não quer dizer que o contingente francês sairá do Mali a curto prazo: “Continuaremos a agir no Norte, onde continua a haver refúgios de terroristas”, disse Fabius numa entrevista ao jornal Metro.
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Mas a França não está vocacionada para ficar de forma duradoura no Mali e é por isso que vamos, progressivamente, passar o testemunho à Misma [a missão militar africana]”, acrescentou o chefe da diplomacia.Esta força africana vai ter 6000 soldados, estando já 2000 no Mali. E um contingente de dois mil soldados do Chade, especialistas em combate no deserto, já está quase todo no terreno.
“Foi concluída uma primeira fase, muito eficaz, de bloquear os grupos terroristas e reconquistar as cidades” do Norte, enquadrou Fabius, alertando para a necessidade de ficar atento a “acções individuais” do “grupos narco-terroristas”.
Combates em Gao
Prova de que o trabalho não está concluído, as tropas francesas e do Mali envolveram-se na terça-feira em confrontos directos com islamistas nos arredores da cidade de Gao.
Patrulhas franco-malianas “encontraram grupos jihadistas residuais e houve combates” na região de Gao, revelou o ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, à rádio Europe 1. Os islamistas “usaram lança-rockets. Há uma guerra a sério. Quando tomámos Gao, houve combates”, sublinhou o governante.
Pela primeira vez, o Governo francês apresentou um balanço dos ataques aéreos e dos combates frontais com islamistas desde o início da operação, a 11 de Janeiro. “Neste momento, temos 4000 militares franceses no Mali, nunca iremos além disto. No terreno, há mais 4000 militares africanos, para os quais se poderá fazer rapidamente a passagem progressiva da presença militar francesa”, explicou Le Drian
.Em três semanas, foram também mortos “várias centenas” de combatentes islâmicos, tanto devido aos ataques aéreos como em combates directos, em Konna (centro do país) ou Gao (Norte), disse o ministro da Defesa, Jean-Yves le Drian.