Boeing pede voo para testar solução para os Dreamliner

A construtora aérea norte-americana quer testar uma solução para as avarias na bateria dos Dreamliner com um voo de teste. Reguladores ainda não deram luz verde.

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Quase um mês depois da suspensão dos Dreamliner, a empresa norte-americana pode ter encontrado uma solução Adrian Dennis/AFP

A notícia foi avançada na segunda-feira, pelo jornal norte-americano Seattle Times, e confirmada pela Boeing. A Administração Federal de Aviação (FAA) ainda não deu a luz verde, mas a Reuters avança que o pedido da Boeing indica que a empresa pode estar mais próxima de descobrir a natureza das avarias que ditou a suspensão dos Dreamliner.

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A notícia foi avançada na segunda-feira, pelo jornal norte-americano Seattle Times, e confirmada pela Boeing. A Administração Federal de Aviação (FAA) ainda não deu a luz verde, mas a Reuters avança que o pedido da Boeing indica que a empresa pode estar mais próxima de descobrir a natureza das avarias que ditou a suspensão dos Dreamliner.

Este voo de teste serviria para testar uma solução encontrada pela equipa de segurança da Boeing para as avarias na bateria do Dreamliner, segundo disseram ao Seattle Times duas fontes ligadas ao processo. Em todo o caso, as mesmas fontes indicam que o levantamento da suspensão de voo dos Dreamliner pode estar ainda a meses de acontecer, mesmo que a solução para as avarias do 787 passe nos voos de teste.

A Japanese Airlines juntou-se na segunda-feira à All Nipon Airlines, ao indicar que será pedida uma indemnização à Boeing, pelos voos cancelados à custa da suspensão dos Dreamliner. As duas operadoras japonesas são as únicas, até ao momento, a admitirem que entrarão em negociações com a construtora norte-americana em breve, para acertar os valores das compensações. Só entre 1 e 18 de Janeiro, as duas operadoras japonesas cancelaram 379 voos a bordo dos Dreamliner.

Quatro incidentes
Em pouco mais de uma semana, foram registados quatro incidentes em Boeing 787 Dreamliner. A quarta e derradeira avaria aconteceu a 16 de Janeiro, a bordo de um Boing 787 da All Nipon Airways, que foi forçado a uma aterragem de emergência, depois de uma avaria nas baterias do modelo. Nesse mesmo dia, operadores e reguladores de segurança aérea internacional ditaram a suspensão do modelo, até que fosse provado que este era seguro.

A avaria do voo da operadora japonesa repetia um caso que havia acontecido apenas uma semana antes, no aeroporto de Boston, nos EUA, em que a bateria de um Dreamliner parado se incendiou subitamente. Desde o dia da suspensão dos Dreamliner que os investigadores de segurança se debruçam sobre as baterias de iões de lítio.

O Dreamliner destaca-se de outros modelos de aviação comercial pela ampla utilização de recursos eléctricos. Esta faceta levou a Boeing a apresentar o modelo "revolucionário" como a jóia da coroa. Os 787 utilizam 20% menos de combustível e cinco vezes mais energia eléctrica do que aviões de dimensões comparáveis, o que justifica que as baterias utilizadas sejam de iões de lítio, um modelo raro para a aviação.

Mas, na última conferência de imprensa de resumo às investigações no Boeing 787, os reguladores de segurança norte-americanos não avançaram com nenhuma justificação para as avarias das baterias do Dreamliner e anunciaram que iriam ampliar a investigação para o sistema eléctrico. Fontes ligadas ao processo defenderam então que estariam em causa semanas até que fosse encontrada uma solução.

Notícia corrigida às 11h21: onde se lia "baterias de lítios e iões" lê-se agora "baterias de iões de lítio".