Associações de Portugal e Espanha criam empresas para produção de romã
O objectivo principal das empresas é "promover a cultura da romã em Lepe e em Aljustrel", nomeadamente cultivo, transformação, distribuição e comercialização do fruto.
As empresas, com os mesmos estatutos, conselho de administração e nome (Ibergranatum), foram criadas pela portuguesa Associação de Beneficiários do Roxo (ABR) e pela espanhola Associação Geral de Empresários de Lepe (Agelepe), após conversações entre ambas, na sequência de um protocolo entre a Câmara de Aljustrel e o Ayuntamiento de Lepe.
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As empresas, com os mesmos estatutos, conselho de administração e nome (Ibergranatum), foram criadas pela portuguesa Associação de Beneficiários do Roxo (ABR) e pela espanhola Associação Geral de Empresários de Lepe (Agelepe), após conversações entre ambas, na sequência de um protocolo entre a Câmara de Aljustrel e o Ayuntamiento de Lepe.
As associações são as accionistas e detêm 50% do capital de cada uma das empresas, sendo que a portuguesa, criada nesta segunda-feira, está sediada na ABR, na aldeia de Montes Velhos, no concelho de Aljustrel, no Baixo Alentejo, e a espanhola, criada no passado mês de Novembro, tem sede na Agelepe, na zona de Lepe, na província de Huelva, na Andaluzia (Espanha). O objectivo principal das empresas é "promover a cultura da romã em Lepe e em Aljustrel", nomeadamente cultivo, transformação, distribuição e comercialização do fruto, "garantindo o escoamento da matéria-prima", disse à agência Lusa o presidente da ABR, António Parreira.
A cultura da romã, que tem "potencial", adapta-se e é capaz de promover o desenvolvimento económico de Aljustrel e Lepe, tem vindo a ganhar "um interesse mundial muito grande, devido ao seu poder antioxidante", frisou, referindo que o fruto tem "numerosas formas de aproveitamento" nas indústrias alimentar e farmacêutica.
A escolha de Lepe para instalar a empresa espanhola deveu-se à experiência do município na produção de culturas de regadio, como as hortícolas e frutícolas, e às estruturas de transformação e comercialização que desenvolveu, disse. A opção por Aljustrel para instalar a empresa portuguesa deveu-se à área regada pela albufeira do Roxo, que, actualmente, ronda 7000 hectares e poderá chegar, "a curto prazo", a 23.000 hectares, "uma vez que já está concluída a ligação Alqueva-Roxo", explicou.
Segundo António Parreira, inicialmente, as zonas de influência das empresas serão os concelhos de Aljustrel e limítrofes, beneficiados pela albufeira do Roxo, e o município de Lepe, prevendo-se que sejam alargadas "o mais possível" a nível nacional e internacional. "Quantos mais agricultores e instituições estiverem ligados" ao projecto, "melhor" será a "penetração" das empresas nos mercados nacional e internacional, frisou.
António Parreira disse esperar que a adesão de agricultores ao projecto e à produção de romã "venha a ser muito positiva", porque se trata de uma cultura "interessante para as zonas regadas".
As expectativas de produção de romã são "boas", devido ao "entusiasmo dos agricultores" para a cultura, que, segundo um estudo técnico encomendado pelas associações, "poderá ter um interesse económico bastante elevado", disse.
Cerca de 40% da produção de romã no âmbito do projecto das empresas será comercializada em fresco e o restante servirá para produtos transformados, disse, frisando que é possível "rentabilizar a cultura" apenas com aquelas duas vertentes.
Para comercializar os frutos produzidos, as empresas, "inicialmente", vão estar "focadas" nos mercados português e espanhol, mas também pensam noutros e irão procurar "os melhores" para a romã e produtos derivados, disse.